Um número recorde de chefes de governo saudaram pessoalmente o presidente do Brasil pelo novo governo. Além disso, dezenas de delegações estrangeiras vieram acompanhar de perto a cerimônia e as festividades da posse

Com a vitória de Lula, o Brasil voltou a existir no cenário internacional. Na mesma noite em que se encerrou a apuração dos votos, em 30 de outubro, o candidato do PT começou cumprimentos de chefes de Estado de vários países, por ter ganhado as eleições, mas também por ter derrotado Jair Bolsonaro. Vinte e um chefes de Estado vieram a Brasília em 1º de janeiro para acompanhar a festa do novo governo.

Um número recorde de líderes aceitou o convite para participar da posse. Entre eles, quase todos os presidentes de países latino-americanos. Do Uruguai, dois ex-presidentes, Julio María Sanguinetti e José Pepe Mujica, fizeram questão de comparecer ao lado do atual presidente Luis Alberto Lacalle Pou. Da Argentina, veio o presidente Alberto Fernández. Também compareceram Gustavo Petro (Colômbia), Gabriel Boric (Chile) e Luiz Arce (Bolívia), além de outros.

Além disso, vários países enviaram representantes, como o México, cuja primeira-dama do veio no lugar de Manuel López Obrador. China, Cuba, El Salvador e Panamá enviaram seus respectivos vice-presidentes. A União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos, Catar, Quênia, França, Emirados Árabes Unidos, Singapura e Camboja se fizeram representar por meio de enviados especiais.

Entre outros chefes de Estado, estiveram o rei da Espanha, os presidentes de Portugal, da Alemanha, Timor Leste, Guiné-Bissau, Angola, Honduras e os primeiros ministros de Marrocos, Mali e São Vicente e Granadinas. Ao todo, delegações de 65 países confirmaram presença, entre chefes de Estado e de governo, vice-presidentes, chanceleres, enviados especiais e representantes de organismos internacionais.

ALIADOS O presidente da Argentina, Alberto Fernández, foi ao Palácio do Planalto para abraçar o líder do PT

A primeira-dama do México, Beatriz Gutiérrez Müller, veio representando o presidente do país, Manuel López Obrador. Também estiveram presentes os vice-presidentes da China, Wang Qisham; de Cuba, Salvador Mesa; de El Salvador, Félix Ulloa e do Panamá, José Gabriel Carrizo.

Os chefes de Governo confirmados foram os da República de Guiné, Mali, Marrocos e São Vicente e Granadinas. Estiveram presentes ainda os vice-primeiros ministros do Azerbaijão e da Ucrânia.

O reconhecimento de Lula não se dá apenas pelos feitos duvidosos da gestão Bolsonaro com sua política externa isolacionista e de alinhamento à extrema-direita nos mais importantes fóruns internacionais. O ex-metalúrgico já era um líder de projeção internacional muito antes de o deputado do baixo clero pensar sequer em ser candidato. Lula foi chamado de “o cara”, pelo então presidente Barak Obama em 2009, durante uma reunião do G-20.

A comunidade internacional acompanhou — e boa parte condenou — os desmandos da Lava Jato, a prisão injusta de Lula, bem como horrorizou-se com os quatro anos de descaso com meio ambiente e com a condução irresponsável e criminosa durante a pandemia do coronavírus pelo governo Bolsonaro. As eleições que conduziram Lula ao seu terceiro mandato foram observadas com apreensão também, pela possibilidade de o Brasil reeleger o fascista.

Na festa da posse, os convidados estrangeiros cumpriram a parte mais oficial das solenidades da posse, acompanhando a diplomação no Congresso e a recepção no Palácio do Planalto, bem como um coquetel no Itamaraty de noite, com presença de embaixadores, membros dos corpos diplomáticos, além de ministros e parlamentares.

Esta foi a festividade oficial e fechada da programação da posse de Lula, mas não a única. Enquanto as belas linhas do prédio desenhado por Oscar Niemeyer recebiam tantos dignitários estrangeiros, lá fora os shows do Festival do Futuro apenas tinham começado a esquentar e encantar.

A volta do Brasil como país a ser levado a sério, que pode tomar decisões no presente que afetam o futuro, certamente reverterá o estrago causado à imagem da Nação nos últimos quatro anos. Houve comemoração, esperança e alegria, para nós e aqueles que apostam na capacidade humana de viver em paz, unindo esforços para cuidarmos juntos do planeta. •

Quem esteve em Brasília

Dezoito chefes de Estado estiveram em Brasília para acompanhar a posse de Lula. Compareceram o rei da Espanha, Felipe VI, e os presidentes dos seguintes países:
Alemanha: Frank-Walter Steinmeier
Angola: João Lourenço
Argentina: Alberto Fernandes
Bolívia: Luis Arce
Cabo Verde: José Maria Neves
Chile: Gabriel Boric
Colômbia: Rodrigo Chaves
Equador: Guillermo Lasso
Guiana: Irfaan Ali
Guiné-Bissau: Umaro Sissoco Embaló
Honduras: Xiomara Castro
Paraguai: Mario Abdo Benitez
Portugal: Marcelo Rebelo de Sousa
Suriname: Chan Santokhi
Timor Leste: José Ramos Horta
Togo: Faure Gnassingbé
Uruguai: Luís Lacalle Pou
Zimbábue: Wang Qishan

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