O Congresso que emerge das urnas é o mais conservadora desde a redemocratização. Cientistas políticos e comentaristas apontam uma guinada à direita na Câmara e, especialmente, no Senado. Isso vai pesar na agenda pelos próximos anos.

Já há quem identifique poucos avanços nas chamadas pautas identitárias e de direitos humanos, tendo em vista a eleição de nomes ligados ao conservadorismo. Houve um avanço da bancada BBB: “boi, bala e Bíblia”, com muitos eleitos provenientes do agronegócio, polícias e ligadas a cultos evangélicos.

O deputado mais votado do Brasil é Nikolas Ferreira (PL), ligado diretamente ao clã bolsonarista. Aos 26 anos, o vereador de Belo Horizonte obteve mais de 1,4 milhão e teve o apoio direto do líder da extrema direita. No Rio de Janeiro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi o segundo mais votado. Em São Paulo, Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles — nomes fortes do bolsonarismo — foram segunda, terceiro e quarto deputados mais votados do estado, respectivamente.

A outra casa legislativa, o Senado, também terá clara guinada conservadora. A partir de 2023, o PL, partido de Bolsonaro, terá a maior bancada da casa, com 14 das 81 cadeiras. Essa posição ainda pode ser ultrapassada se União Brasil e PP levarem adiante a fusão partidária já anunciada.

O PL elegeu Damares Alves (DF). Magno Malta (ES), Wilder Morais (GO), Wellington Fagundes (MT), Rogério Marinho (RN), Jaime Bagattoli (RO), Jorge Seif (SC) e Marcos Pontes (SP). A fina flor do bolsonarismo. •

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