A repercussão da vitória de Lula na imprensa estrangeira foi imediata e saudada por jornais influentes em todo o planeta. Líderes globais se prontificaram a reconhecer o resultado das urnas e a vitória do ex-presidente sobre Bolsonaro

 

A histórica vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições deste 30 de outubro repercutiu em todo o mundo. Na Europa, a eleição de Lula superou inclusive o noticiário sobre a guerra na Ucrânia, tamanho foi o impacto do resultado. O New York Times descreveu o episódio em que o Brasil “expulsou” Bolsonaro e ressaltou o “renascimento político impressionante para Lula”.

Chefes de Estado e de governo saudaram a vitória de Lula. O efeito simbólico da vitória de Lula é que ele começou a reaproximar o país do resto do mundo. Já na segunda-feira, 31, recebeu a visita do presidente da Argentina, Alberto Fernández, e conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os chefes de governo da Alemanha, França e Portugal.

Diversos líderes mundiais saudaram-no pela vitória, e diferentes governos, como Noruega e China, manifestaram o desejo de retomar ou fortalecer parcerias com o Brasil — leia quadro com a repercussão da eleição de Lula por líderes de outras nações.

A vitória espetacular de Lula, uma reviravolta política para quem passou 580 dias na prisão, recolocaram o Brasil no centro das atenções internacionais. A projeção de poder que Lula representa também foi destaque em diversos veículos de imprensa em todos os continentes. 

O americano Washington Post lembra que Lula é um “ícone da esquerda da América Latina” e observa que o petista retorna à Presidência “com a promessa de defender a democracia, restaurar o social e salvar a floresta amazônica”. O francês Le Figaro destaca a “vida extraordinária do incansável campeão da esquerda brasileira”. E o Le Monde: “Lula no Brasil, da prisão à Presidência, um retorno espetacular”. Em editorial, o diário afirma que o desempenho de Lula é um “alívio” global.

A incômoda liderança de Jair Bolsonaro foi rechaçada por diversos jornais influentes na Europa. “A democracia falou no Brasil”, destacou o Monde. “No domingo, 30 de outubro, ela demitiu o atual presidente Jair Bolsonaro após um mandato de alvoroço e fúria exemplificado pelo tratamento abismal da pandemia de Covid-19, o saque da Amazônia, ataques à democracia e um fluxo constante de declarações racistas, sexistas e homofóbicas”.

“O retorno notável do político de esquerda para um terceiro mandato como presidente do Brasil não é bom apenas para seu país”, opinou o britânico The Guardian. “Sua vitória sobre o atual extremista de direita, Jair Bolsonaro, também é boa para o mundo.

O jornal lembra que desde que Bolsonaro assumiu o cargo, “os incêndios florestais e o desmatamento aumentaram na Amazônia, com o governo federal fechando os olhos para a extração ilegal de madeira, mineração, pecuária e grilagem”.

O espanhol El País frisou que “a esquerda latino-americana recebe Lula de braços abertos”, citando inclusive os chefes de Estado que parabenizaram imediatamente o eleito. O diário também notou o silêncio de Bolsonaro, em contraste com a festa popular que tomou a Avenida Paulista em São Paulo.

Na terça-feira, 1º de novembro, a edição europeia do Financial Times estampou na manchete de capa: Lula pressiona pela unidade brasileira após vitória enquanto Bolsonaro permanece em silêncio. O jornal também chamou a vitória do petista de “retorno dramático” e que a “era do populismo” está sendo encerrada.

A BBC declarou que o Brasil promoveu uma “guinada para a esquerda”, enquanto o alemão Süddeutsche Zeitung classificou como “dramático” o retorno do “político de esquerda”. O Libération disse que a eleição de Lula era “o retorno da fênix vermelha que bateu a extrema-direita brasileira”.

A vitória de Lula ainda ganhou as manchetes de jornais como Diário de Notícias, Público, El País, La Vanguardia, Clarín, Página 12, La Nación, Frankfurter Allgemeine Zeitung e mereceu reportagens de publicações, como Der Spiegel, Time, e The Economist. •

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