Lula anuncia políticas sociais e econômicas para melhorar a vida da população, em especial as camadas mais pobres. O Brasil voltou ao Mapa da Fome com Bolsonaro. É hora de virar o jogo

 

 

 

A presença de mais de 100 mil pessoas na Praça da Estação, em Belo Horizonte, dia 18, para o primeiro comício de Lula (PT) e Alexandre Kalil (PSD) na campanha eleitoral foi emocionante. Com maciça presença da juventude e caravanas de todas as regiões do estado, o ato deu a largada para a campanha oficial de Lula, no segundo maior colégio eleitoral do país.

Há um simbolismo importante na decisão do ex-presidente de iniciar por Minas sua caminhada ao Palácio do Planalto. Ao lado do empresário mineiro José Alencar, já falecido, foi lá que ele ganhou com larga margem de votos a eleição de 2002 e 2006, com um discurso cujo teor, no campo econômico e social, é o mesmo de 20 anos depois: fortalecimento das empresas nacionais, criação de empregos, geração e distribuição de renda, respeito ao meio ambiente e vida melhor para os brasileiros.

O resgate dessa agenda justifica-se diante dos retrocessos que o Brasil vem sofrendo com o governo neofascista Bolsonaro. Em BH, os mineiros deixaram claro que a eleição de Lula significa reverter o cenário de fome, desemprego e pobreza.

O projeto do ex-presidente é retomar políticas sociais e econômicas que melhorem as condições de vida da população, em especial as camadas mais pobres. Depois de ter saído do Mapa da Fome das Nações Unidas no governo Dilma, o Brasil voltou a enfrentar o flagelo. São 33 milhões de brasileiros passando fome e mais de 100 milhões sem saber o que comerão no dia seguinte.

Nesse cenário desastroso tem funcionado uma gigantesca máquina de mentiras de novo alimentada por Bolsonaro e seus apoiadores, para tentar a reeleição do ex-capitão e afundar o Brasil ainda mais no imenso atoleiro econômico e social em que está. Não só tentam maquiar a realidade macabra que trouxe de volta a miséria e a fome, mas também insistem em atacar a democracia e desestabilizar as instituições.

Assim, na fala aos mineiros, que sempre lutaram por democracia e liberdade, Lula frisou que na presente conjuntura o desafio é ainda mais amplo. Além da questão econômica, desponta a defesa da democracia e das liberdades democráticas, sob ameaça por conta do governo neofascista Bolsonaro. E, claro, a questão ambiental, negligenciada pelo atual governo, inerte diante do aquecimento global e conivente com o desmatamento desenfreados em todo o país, em especial na Amazônia.

A destruição ambiental é uma ameaça ao povo brasileiro, inclusive ao regime de chuvas, do qual depende a agricultura de todo o país. Trata-se, portanto, de questão de segurança nacional conter a depredação ambiental e levar à cadeia os criminosos que destroem a natureza, um patrimônio coletivo.

Esta é uma eleição que representa a retomada de um projeto de país que tem o povo no centro, prezando a soberania nacional, a tolerância, a solidariedade e a convivência civilizada entre os que pensam diferente. Em BH, foi dada a largada para a recuperação da autoestima dos brasileiros, com a superação do neoliberalismo e do neofascismo, que, numa ação combinada, geram truculência, ódio, morte e dilapidação do patrimônio público.

Há uma oportunidade histórica de superação dos problemas atuais. Como disse o ilustre mineiro Tancredo Neves, em 1985: “Se todos quisermos, dizia-nos há quase 200 anos, Tiradentes, aquele herói enlouquecido de esperança, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la”. •