O jornal Diário de Notícias destaca que, ao fazer 50 anos, o ex-herói da Lava Jato se vê às voltas com a Justiça na condição de réu em múltiplos casos. Ele aspira ser eleito ao Senado em legenda repleta de alvos quando era juiz anticorrupção

O ex-juiz Sérgio Moro, poderoso ministro da Justiça no governo Bolsonaro, defenestrado pelo governo que ajudou a eleger, agora é réu em múltiplas ações que tramitam na Justiça brasileira. É assim que o “Pato de Maringá” é apresentado pelo jornal português Diário de Notícias, em reportagem publicada na segunda-feira. “Aos 50 anos, celebrados hoje (1º de agosto), o lugar dele nas salas de tribunal deixou de ser o de juiz implacável e passou a ser o de réu comum”, escreve o correspondente João Almeida Moreira.

“Acusado, como empresário, de sonegação, como juiz de parcialidade e de lesar o Estado e, como candidato, de fraude eleitoral, Moro vive hoje o reverso do sucesso alcançado em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, quando foi considerado pela revista “Time” uma das 100 pessoas mais influentes do planeta”, aponta o jornal. Ele agora é réu também numa ação popular movida por deputados do PT. O jornal diz que o futuro do ex-juiz parece ser a política, porque no mundo do direito as portas estão fechadas.

“Dificilmente teria projeção na área jurídica ao usar os expedientes que usou na Lava Jato, e tornou-se um pária nessa comunidade, não só entre juristas à esquerda, e do ponto de vista acadêmico não seria bem-visto como professor, depois de juristas sérios detectarem erros de lógica e até de português na sua tese”, aponta o jornal. “Em resumo, resta-lhe recolher ao Paraná e ser aquilo que muitos inimigos lhe vaticinavam, um juiz de paróquia”.

“Sem a magistratura e ameaçado de processos, ele agora precisa de imunidade parlamentar”, destaca a reportagem. “Mas, caso seja eleito, Moro partilhará a bancada do União Brasil, por exemplo, com Fernando Bezerra e Fernando Bezerra Filho, ambos acusados de receber subornos de construtoras envolvidas na Lava Jato, Arthur Maia, outro alvo da operação, Danielle Cunha, filha de Eduardo Cunha, ex-deputado cuja ação se tornou sinônimo de corrupção, ou Anthony Garotinho, político do Rio de Janeiro preso quatro vezes na carreira”, finaliza o jornal. •

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