Crime com marca do bolsonarismo ensandecido é condenado por autoridades e representantes dos movimentos sociais

 

A morte de Marcelo Arruda, assassinado por motivo torpe pelo agente penitenciário federal Jorge da Rocha Guaranho, recebeu o repúdio das autoridades das principais instituições da República.  O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), condenou o episódio: “é a materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual e nos mostra, da pior forma possível, como é viver na barbárie”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), divulgou nota, pedindo respeito à democracia e à garantia da defesa de posições partidárias. “A campanha eleitoral está apenas começando. Conclamo a todos pela paz para fazer nossas escolhas políticas e votar nos projetos que acreditamos. Esta é a premissa de uma democracia plena e sólida, como a nossa”, disse.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também condenou o assassinato. “A intolerância, a violência e o ódio são inimigos da democracia e do desenvolvimento do Brasil”, destacou. “O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos Três Poderes”. Moraes assume em agosto a presidência do Tribunal Superior Eleitoral.

Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Beto Simonetti, o episódio de Foz do Iguaçu reforça a necessidade de unidade das instituições, inclusive dos partidos, em torno da civilidade. “Cabe aos líderes políticos darem exemplos de paz e tolerância para que o ambiente eleitoral seja pacífico, alinhado aos pilares da democracia e nos conduza às soluções de que a sociedade precisa”, conclamou.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ressaltou a “insanidade que transforma uma festa de aniversário, momento de alegria e fraternidade, em cenário de violência e morte”. Suas palavras foram duras: “Para que o país se torne mais justo, solidário e fraterno, todos precisam se unir a partir do compromisso com a paz. Não importa qual seja a convicção política, o partido, as diferenças. Precisamos do diálogo e a cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz”.

Em nota oficial, dirigentes da Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia (ABJD) ressaltam que o homicídio foi motivado por ódio político, e “faz parte de uma série de ocorrências nos últimos dias que mostram a escalada da violência”. A nota enumera os ataques ocorridos contra atos públicos de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva e o ataque ao carro do juiz federal Renato Borelli, responsável pela prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. •

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