O presidente Jair Bolsonaro conseguiu responsabilizar as vítimas de um homicídio duplamente qualificado. Nada surpreendente para quem tem estimulado o garimpo ilegal, a pesca predatória, grileiros de terras e desmatadores de florestas na Amazônia. Ainda assim, é uma ignomínia praticada por um chefe de Estado que deveria zelar pela vida de indigenistas e defender a imprensa.

Mas o Brasil não é para amadores e Jair Bolsonaro é o pior presidente da história, adotando o comportamento de um psicopata. Só isso explica que, durante sua visita à Flórida, no último final de semana, depois de pedir ao presidente Joe Biden ajuda para se reeleger, ele disse que o repórter inglês e o indigenista brasileiro seriam culpados do infortúnio que os acometeu. “Eles, quando partiram, as informações que temos é que não foi acertado com a Funai. Acontece, né. As pessoas abusam, né?”

“Um inglês e um brasileiro que sabiam dos perigos da região. […] Estão me culpando agora. Quando mataram a Dorothy Stang ninguém culpou o governo, era de esquerda”, disse o presidente, como se Lula tivesse se omitido diante do crime que vitimou a missionária, ocorrido em 2005.

Bolsonaro culpou Bruno Pereira e Dom Phillips pela própria morte. A declaração é uma vergonha: “Esse inglês era malvisto, fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região que é bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio e resolveu fazer uma excursão”. •

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