A atriz brasileira mais conhecida no mundo inteiro está querendo mudanças. Lucélia Santos se prepara para outros vôos. O rosto mais conhecido da teledramaturgia nacional, por conta da novela “Escrava Isaura”, o produto de teledramaturgia mais exibido na história da linguagem, pensa em disputar uma cadeira no Congresso. Ela está preocupada com o presente — a terra arrasada pelo governo Bolsonaro —, e vislumbra tempos duros e muitos desafios.

Ao longo dos anos, Lucélia acompanhou comitivas presidenciais a outros países e acumulou fãs notáveis, como Fidel Castro e Nelson Rodrigues. No ano em que completa 50 anos de carreira, a atriz parece dividida entre celebrar seu trabalho como artista e concorrer a uma vaga no parlamento.

Ela tem uma série de trabalhos e comemorações engatilhados para 2022, além da peça “Vozes da Floresta”, na qual conta a história do seringueiro e ativista Chico Mendes, com quem esteve em plena Amazônia em 1988 e gravou uma entrevista. A voz de Chico Mendes, captada há 34 anos, faz parte da peça.

Em paralelo, a realidade brasileira choca e provoca indignação na atriz que, no momento, sente o dever de se candidatar a um cargo eletivo. Militante política há mais de 40 anos do PT, ela está preocupada com o futuro do país. A seguir, trechos da entrevista concedida à Focus Brasil:

 

Você é uma militante que vem desde a fundação do PT, em paralelo à carreira de sucesso. Sempre batalhou contra a censura e o obscurantismo. Na internet, circula um vídeo sobre o filme Je vous salue, Marie, em que você vai em frente à Polícia Federal questionar a prisão de Roberto Amaral. Como você vê o período de obscurantismo que estamos vivendo e quais são as perspectivas para o futuro?

— É um momento duríssimo que estamos vivendo politica, cultural e existencialmente. Em 2019, quando cheguei a Portugal para temporada longa gravando novela para a televisão portuguesa, na primeira semana, concedi uma entrevista em um canal aberto. E disse, para o choque de todos, que o Brasil estava vivendo o seu pior momento desde a ditadura militar. Foi um choque. Eu falei que a gente estava “debaixo das botas” dos militares outra vez e que o que estava acontecendo aqui era inimaginável para todos que temos certa cultura de militância, luta e direitos humanos. Disse que Brasil estava muito mal e que entraríamos num período de terror. A entrevista teve repercussão muito grande e pessoas ficaram putas comigo — “Ah, você vai para o exterior falar mal do Brasil”. Eu estava falando a verdade. A eleição desse sujeito é uma carta fora do baralho, é uma desgraça grande para o país. É um recuo. É uma coisa inexplicável que ele tenha conseguido se empoderar. Isso é contra todos os princípios democráticos. Ele era muito claro nas suas posições e sobre o que viria a fazer. Ou seja, não enganou ninguém. Está fazendo tudo o que combinou. Nesse sentido, está sendo honesto. Então, eu sustento o que disse lá em 2019: estamos vivendo o pior momento da história do Brasil em termos de democracia, direitos e liberdade desde a ditadura. Agora, temos o agravante das redes sociais que fazem com que as coisas fiquem muito expostas. A ferida fica aberta, né? O Brasil é uma ferida aberta. É isso o que eu acho. Está muito difícil a situação.

 

Ao longo de sua carreira, você experimentou períodos muito diferentes para a criação artística no Brasil. A partir do final dos anos 90 até 2016, estava em curso uma ascensão cada vez maior da criatividade e das formas de representação. A partir de 2015 e, principalmente, depois do Golpe de 2016, a gente viu surgir com força esse olhar conservador, tentando censurar a arte. Qual é a sua avaliação sobre esse retrocesso?

— É uma questão política e está diretamente relacionada à ascensão do Bolsonaro e desse governo fascista. No fascismo, sempre, a primeira coisa que eles combatem é a arte, a criação e a cultura. Isso porque pessoas esclarecidas, letradas, lúcidas e criativas não servem a projetos de dominação das massas. Sempre foi assim na história da humanidade. Basta ver Hitler, Mussolini… todos os fascistas agiram sempre da mesma maneira. A primeira coisa que fazem é cancelar a arte e a cultura. Estamos passando por um processo muito difícil no Brasil. Soma-se a isso a pandemia, os teatros fechados… Os ambientes em que os artistas atuam são locais que acumulam pessoas, então tudo ficou mais complicado para os artistas. E isso não é por causa da pandemia somente. Os fascistas odeiam a cultura e eu quero lembrar que isso começou com o [presidente Michel] Temer. A primeira canetada dele ao assumir a Presidência da República, lembro como se fosse hoje, o primeiro ato político foi exterminar o Ministério da Cultura. Na primeira canetada, o Temer mandou uma mão de merda para a classe artística. E aí foi uma sucessão de agressões e retrocessos no setor. Retiraram da Fundação Palmares retratos de pessoas de esquerda, da Funarte, fizeram a Ancine virar uma bagunça, os projetos foram paralisados. Paralisaram a Lei Rouanet. Demonizaram o setor cultural como se nós fôssemos usurpadores e desonestos. Fizeram isso porque somos fortes. No momento em que os artistas se colocam em marcha, a nossa voz repercute porque a gente tem uma ligação muito forte com a população graças ao nosso trabalho. E é por isso que os artistas são sempre tão condenados e combatidos. Para nós, este momento é particularmente duro e difícil. Além da censura, ainda há a perseguição.

 

Os retrocessos se espalham por todos os setores.

— É inimaginável. Mas é o que está acontecendo desde que esse sujeito assumiu: um desmonte. Desde a classe científica, que atinge a Anvisa — e precisamos agora imensamente dos cientistas funcionando bem porque dependemos muito deles nesse momento de pandemia – até indústria, agrário, agroecologia, agrofloresta, Funai, meio ambiente… Todo esse desmonte já tem uma consequência imediata para o Brasil. Nunca nossas florestas foram tão destruídas como agora. Para mim, essa é a maior preocupação. Porque o que se destrói em termos de florestas amazônicas e de outros biomas, como cerrado, pantanal e etc, é possível que nunca mais se consiga repor. Hoje, a floresta amazônica produz mais gás carbônico com as queimadas do que é capaz de absorver. Isso é um ponto de desequilíbrio que se a gente não mexer e não mudar imediatamente, com todos os esforços nacionais e internacionais, corremos o risco de perder o maior bioma do planeta. É a maior tragédia de todas. É algo que não se pode recuperar. O que [o ex-ministro] Ricardo Salles fez são erros crassos e de tamanha gravidade para o bem comum que isso é a minha maior preocupação para o país. Com a destruição dos biomas vem a destruição dos rios, a contaminação dos rios pelo mercúrio do garimpo descontrolado e ilegal. Tudo isso dentro da floresta. É desgraça demais para pouco país. É madeireiro, grileiro de terra, mercúrio nas águas, é toda a ganância do capital expressa de uma forma contundente contra a Amazônia.

Quando falo da Amazônia, eu me refiro não só à fauna e à flora, mas também às pessoas que vivem lá. Elas são muito fortes, mas estão levando porrada em cima de porrada. Hoje, no Brasil, os povos que mais sofrem e apanham são os indígenas e os quilombolas, que vivem nesses biomas sagrados. Eles são os cuidadores. Não fossem esses guardiões, já não existiria mais nada. Eu milito nisso há mais de 34 anos. Estava nessa frente de batalha lá atrás, com o Chico Mendes. E continuo na mesma frente. Nunca houve tamanho retrocesso na história do Brasil. Nunca houve tanta destruição, queimada, desmatamento e tanta perseguição aos povos da floresta, desde a ditadura militar. Nos anos 70, eles invadiam as casas dos seringueiros, queimavam, estupravam as mulheres. E, hoje, dentro das reservas extrativistas, onde estive recentemente, voltaram a queimar casas de seringueiros e de lideranças indígenas. São ameaçados e assassinados. Para mim, esse é o maior nó a ser desatado pelo próximo presidente da República. Eu queria muito ter mais acesso a essa agenda do Lula, que apoio incondicionalmente. Gostaria de participar de projetos onde fossem apresentados caminhos aos presidenciáveis, para que fossem assumidos compromissos com essa agenda verde.

 

Nesse momento, você está trabalhando com uma peça teatral que aborda exatamente o tema ambiental e a luta pela terra: “Vozes da Floresta”. Conte um pouco sobre esse trabalho.

— Fiz duas únicas apresentações em Xapuri (AC), por ser uma data do 33º ano do assassinato do Chico Mendes. Todos os anos, de 15 a 22 de dezembro, acontece a Semana Chico Mendes em Xapuri, onde ele viveu e os sindicatos foram criados e todo aquele Vale do Acre. Todo o trabalho dele está muito ligado àquela região. Foi ali que estive com ele, entramos pelas matas. Foi lá dentro da floresta que comecei a minha militância. Então, fiz questão de ir, até de uma maneira bastante crua, sem financiamento, sem recursos. Fui na raça, inclusive, sem muitos ensaios. E consegui fazer o melhor que pude. Foram duas apresentações. Fui porque para mim tinha um cunho de emoção muito forte pela comemoração da data e, somado a isso, o fato de estar em pleno pulmão do governo Bolsonaro. Pretendo levar essa peça para o Brasil inteiro. Devemos começar por São Paulo, em abril, em uma das unidades do SESC. Depois, devo fazer interior de São Paulo e começar a viajar o Brasil construindo uma agenda para a peça.

Em “Vozes da Floresta”, conto a história na voz do próprio Chico [Mendes] porque quando eu estive lá, em 1988, gravei uma longa entrevista na qual Chico conta a história do movimento dos seringueiros e a fundação dos sindicatos, tudo o que ele estava sofrendo, a forma como saiu do Brasil, a aproximação e o respeito que ganhou nos EUA, o prêmio internacional… Isso tudo é o que conduz a narrativa da minha peça. Do ponto de vista de dramaturgia, de teatro, é construída pelas falas de três mulheres: a Valdiza Alencar, a primeira seringueira da história do Acre e quem fundou o sindicato. Outra é a dona Cecília Mendes, tia do Chico [Mendes] e que acompanhou toda a trajetória dele até a morte. E a terceira sou eu mesma, como um testemunho de 1988, quando cheguei e peguei o movimento no auge do conflito.

 

Qual a importância de trabalhos como esse para a preservação da memória de quem luta contra as injustiças.

— Essa memória é o que a gente tenta resgatar. É a minha ação ao fazer uma peça como essa. Em “Vozes da Floresta”, falo de vários companheiros que perderam a vida, inclusive antes do Chico, como Valdir Pinheiro e outros. Evidentemente, isso vai suscitar esse debate que você coloca. Esse inventário de assassinatos, se você for fazer agora, das mortes no campo e na floresta desde que o Bolsonaro assumiu… isso tem que ser inventariado, tem que ser denunciado. Inclusive, em nível internacional, porque é um genocídio, tem que ser tratado dessa forma. Muitas pessoas no Brasil estão tentando emplacar essa discussão com relação a direitos humanos e acho que trata-se de algo muito importante de ser feito. Eu apoio 100%.

Mas o grande problema do Brasil é a questão cultural. Ela é anterior à própria cultura. Só vamos ter mudanças de fato se conseguirmos perceber o que realmente está acontecendo na sociedade brasileira, na sua base. E essa é a minha grande preocupação, inclusive para a eleição de 2022. O Gandhi dizia que quando você faz um corte vertical, longitudinal num determinado governo — por exemplo, se pegar o governo Bolsonaro e fizer esse corte, você vai encontrar lá embaixo na base da pirâmide social a cara governante. Você vai encontrar o governante. Gandhi diz que a democracia é perfeita sob esse aspecto. Ou seja, por mais que as pessoas hoje xinguem e cuspam no Bolsonaro, ele representa o anseio e a expressão da sociedade brasileira tal qual ela é hoje, agora. Quem o elegeu, quem o colocou lá é o que nós temos para hoje. Eu acho aterrorizante. É pensar que muito próximo a você tem um negacionista, alguém capaz de falar contra a vacina e contra a vacinação de crianças, alguém capaz de defender as ideias do “mito” achando que ele é o máximo. Perceber isso faz com que a gente se sinta violentado.

Confesso que até o 1º turno da eleição de 2018 eu subestimei o Bolsonaro. Ele não tinha qualquer qualificação para se eleger presidente da República. Eu acho que ele não tem qualificação nem para se eleger síndico do condomínio onde vive, quanto mais para ser presidente. E não é que a sociedade saiu da tumba, saiu das covas, porque são todos uns vampiros e foram lá… Vi isso aqui onde eu moro, na Barra, na minha zona eleitoral. Aqueles velhos que não votavam a “trocentos” anos indo votar em Bolsonaro. Todo aquele pessoal com camiseta do Brasil, bandeira, “bonézinho” de Miami, quer dizer, tinha uma produção pronta. Só eu não sabia que a sociedade estava nesse lugar. Eu não percebi. Falha minha. Mas falha, de alguma maneira, de toda a esquerda brasileira. Então, essa análise tem que ser feita imediatamente porque de alguma forma a gente tem que assumir uma corresponsabilidade de tudo o que acontece para que possa mudar as peças de lugar. Quanto a mim diretamente, o que me preocupa é essa classe média brasileira que é de difícil diálogo, para ser bem suave. Eu não sei se por um nível de ignorância muito elevado ou pelo que, mas se a gente não furar essa bolha, teremos problemas mesmo se o Lula for eleito. Hoje, a maior parte da sociedade brasileira não dá nem para levar um papo.

As pessoas se desqualificaram demais, perderam demais em consciência, crítica, em capacidade de análise. Dentro da universidade ou nas escolas pessoas, perderam raciocínio dedutivo, matemática, letras, perderam a formação. As redes sociais colaboram muito nessa direção porque têm como conceito estar sempre no raso. Rede social é raso. O conceito de navegação é estar na superfície, quem navega o faz sobre. Não há imersão em nada. As pessoas estão dominadas pela falta de análise crítica. É com isso que vamos ter que lidar. A questão é como sair daí para uma sociedade que desperte consciência. E me refiro aqui desde os trabalhadores que estão sofrendo barbaramente – uma das coisas que o Lula mais vai ter que enfrentar é a questão do desemprego, altamente dramática e que tira das pessoas o que restou de autoestima. A sociedade está doente e eu não vejo muito como lidar com isso. Essa é a minha preocupação.

 

É a valorização da mediocridade.

— É. A total valorização. É a supervalorização da mediocridade. Só que nesse momento eles estão no poder. E nós temos que conseguir conduzir nosso trabalho dentro das redes sociais. Eu vi uma análise do Felipe Neto, que é um expert em redes sociais, tem milhões de seguidores, e faz uma análise incrível. Ele diz que para falar a verdade em redes sociais é preciso utilizar muitas ideias, muitos conceitos visuais, enquanto que para falar uma mentira, com qualquer slogan curto e pequeno você já consegue atingir. Por isso que as fake news vingaram tanto nas redes sociais. Dentro desse sistema de navegação, a gente teria que conseguir valorizar a verdade. Eu acho que esse é um dos desafios da campanha de 2022.

 

Você não acha que pelo fato de a Lava Jato ter sido desmascarada, assim como a perseguição ao Lula e com a volta dele ao cenário político, isso esteja trazendo aos progressistas e a muitas outras pessoas a sensação do início de um novo ciclo virtuoso para o Brasil?

— Não. E eu vou te dizer o por quê. Primeiro, porque isso pode ser uma bolha nossa. Acho que isso precisa ser analisado. Segundo, acho que o Lula tem habilidades excepcionais próprias de um gênio — o Lula é gênio! Mas se nós tivéssemos de fato esse ciclo virtuoso não existiria [Sergio] Moro falando esse tanque de merda e com espaço para falar. Não teria Bolsonaro ainda com 20% de apoio. Entende? A minha preocupação é lidar com essa parcela da sociedade. Com essa parcela de negacionistas, de ignorantes, de fake news… O sistema lava jato foi desbancado, mas está aí o Moro se lançando candidato à Presidência da República. Esse cara tinha que estar na cadeia. Se a própria Justiça tornou claríssima a inocência do Lula, Moro está mais do que condenável. Tudo o que ele fez foi para tirar o Lula da eleição de 2018. Ele pariu o Bolsonaro e está aí falando abertamente. E tem quem o ouça, tem quem o receba e quem o aplauda. Eu acho que a gente tem muito trabalho pela frente, muito mais do que a gente imagina. Não está para nós, não. A gente tem que lutar. A nossa luta é contra a mediocridade, é contra a mediocridade que se instaurou. Quando você tem figuras como o Moro com espaço, ou o Ricardo Salles, temos que fazer é ampliar o nosso. O Lula está conseguindo, mas é porque ele é um gênio. Mas nós temos que, como conjunto de pessoas que pensa a sociedade, que quer mudança, ter mais união, organização e menos rejeição interna. Eu sinto muito esse problema na esquerda. Muito ego e muita disputa interna. A gente perde muita energia combatendo quem a gente tem alguma afinidade, enquanto tínhamos que estar todos juntos para combater o inimigo porque ele é grande ainda.

 

Quando começar a campanha vai ser um período de muita luta. É isso o que você está dizendo?

— Muita luta. A gente vai poder esperar o pior deles. Quem acha que já teve o pior com o que fizeram em 2018, aquele apelo da mamadeira de piroca, aquele nível de fake news com que eles trabalharam, 2022 poderá ser ainda pior. Ou eles vão querer perder a eleição? Veja a maneira como o Bolsonaro está usando a máquina pública para fazer caixa e para se proteger. Eles não são honestos e também não são amadores. Eles vêm do crime organizado, de baixo, da milícia. São violentos. Então, a gente vai ter muito trabalho. E vamos precisar trabalhar em outro nível, no nível da inteligência. Não vamos entrar na disputa de fake news. Vamos precisar inventar muita coisa, criativamente, para as campanhas.

 

Você pretende ser candidata ao parlamento?

— Não tenho pretensões. Eu acho… se fosse em inglês, não sei se seria “I would like” ou “I should like”, entende? Tenho uma voz que alcança e, por isso, deveria correr o risco e me lançar nessa aventura. Não é uma coisa confortável. Este ano, faço 50 anos de carreira e tenho muitos projetos de exposição fotográfica, lançamento de um fotobook no Brasil e na China, comemorações alavancadas pelo “Vozes da Floresta”. Portanto, o mais confortável para mim seria ficar aqui no meu mundo, trabalhando. Mas acho que deveria me arriscar por causa do Brasil. A situação é muito delicada e estaria sendo até um pouco egoísta se quisesse me livrar de uma posição coletiva nesse momento institucional. Sempre militei desde muito cedo e acho que tenho essa maturidade para concorrer. Porém, não estou tomando uma decisão ainda porque quero ouvir as pessoas. Vou fazer uma série de reuniões nos próximos dias. Se for me candidatar, vou querer fazer uma campanha criativa, capaz de penetrar via redes sociais e atingir a juventude nesse sentido de mudança de atitude, de comportamento e de discussão sobre onde está a sociedade, para onde ela vai e quais são as transformações necessárias. Gostaria de atingir essa turma da Greta Thunberg. Esse pessoal está aí gritando e a gente tem que gritar ao lado deles porque a questão do clima global é inevitável. Esse é um discurso que precisa ser incorporado pelo Brasil e é a partir dele que precisamos nos mover, colocando a Amazônia no centro da discussão. O Brasil não começa em Brasília nem em São Paulo. O Brasil começa na Amazônia. Se o novo governante entender isso, teremos saídas e soluções. Se não entender, os próximos anos podem ser muito complicados.

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