Prêmio por luta em defesa dos direitos humanos
O presidente Alberto Fernández e a vice-presidenta Cristina Kirchner homenagearam Lula em reconhecimentos à luta em defesa dos direitos humanos. A menção honrosa ocorreu em Buenos Aires, na sexta-feira, foram entregues pelo governo argentino o Prêmio Azucena Villaflor a personalidades que lutaram contra a ditadura militar.
“O ex-presidente Lula é um homem de bem, que sempre lutou pela democracia e os direitos humanos e que foi perseguido e condenado injustamente”, disse Fernández. “A democracia e os direitos humanos são conceitos que andam de mãos dadas. A democracia tem a ver com o Estado de Direito e o Estado de Direito tem a ver com garantir as liberdades, a segurança a todos os cidadãos e a todos os cidadãos”.
O governo da Argentina entregou o prêmio que leva o nome de uma das fundadoras das Madres da Plaza de Mayo ela própria uma das vítimas do terrorismo de Estado da ditadura. Alberto Fernández saudou a todos os premiados pelo compromisso com a verdade e a justiça, em especial as Madres, pela coragem e pela luta incansável nos momentos mais difíceis vividos pelo país.
Fernández anunciou a assinatura de um acordo que estabelece a indisponibilidade do imóvel Campo de Mayo e aloca dois setores para formar um espaço de memória, reivindicado por sobreviventes da ditadura militar e organizações sociais da Argentina. Além de Lula, o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica também recebeu o prêmio.
Outras personalidades que receberam o prêmio em reconhecimento à sua luta pelos direitos humanos foram “Taty” Almeida, das Madres da Plaza de Mayo; o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel; Estela Barnes de Carlotto, das Abuelas de Plaza de Mayo, e o documentarista Pablo Torello.
“Quero agradecer esta distinção não menos do que Azucena Villaflor, a sua luta, a sua memória”, disse Esquivel. “Estamos aqui para continuar a caminhar e não para baixar os braços. E creio que a presença de cada um de vós aqui reafirma isso”, disse. Ele lembrou que em um dia como hoje, 10 de dezembro, há 41 anos, foi agraciado com o Nobel da Paz. “Isso reafirma muitas coisas, que a democracia e os direitos humanos são valores indivisíveis”.
Taty Almeida também teve alguns minutos para expressar sua emoção e gratidão pelo reconhecimento concedido pela vice-presidenta Cristina Kirchner: “Hoje é um dia muito especial, o dia internacional dos direitos humanos e também temos que comemorar que temos 38 anos de democracia ininterrupta”.
Estela de Carlotto foi a última a falar: “Parece que 44 anos de luta tira o sentimento de emoção violenta que se tem ao receber este lindo presente que tanto simboliza”. •