Dois levantamentos sobre a opinião pública nacional quanto ao processo sucessório mais recentes, feitos pelos institutos Quaest e PoderData, trazem uma ligeira diminuição na reprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro e a dianteira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos cenários eleitorais, além da compreensão dos brasileiros acerca dos problemas do Brasil. Aqui, trazemos a análise do Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos (Noppe), da Fundação Perseu Abramo, sobre esses dados mais recentes.

Somente a Quaest divulgou, até o fechamento deste artigo, os dados sobre a intenção de voto. O instituto testou diversos cenários — com e sem a presença de Sergio Moro, com mais ou menos nomes. Em todos, o ex-presidente Lula (PT) segue com larga vantagem em todas as simulações de primeiro turno, com o mesmo patamar em todos – de 46% a 48%.

Isso indica que a entrada de Sérgio Moro (Podemos) não impactou na base eleitoral que Lula conquistou até o momento. O mesmo não se vê com presidente e outros candidatos. Bolsonaro perde de 3 a 4 pontos percentuais com a presença do ex-juiz na corrida presidencial e o governador João Doria (PSDB) perde outros 3 pontos percentuais. A entrada de Moro também reduz em cerca de 3 a 4 pontos percentuais os eleitores que declaram voto em branco, nulos ou indecisos.

No cenário mais completo, Lula chega a 46% dos votos, Bolsonaro a 23%, Moro tem 10%, Ciro Gomes (PDT) possui 5% e João Doria (PSDB), 2%. Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe Dávila (Novo) aparecem com 1% cada.

Nos cenários de segundo turno, Lula venceria todos os candidatos por larga vantagem. Contra Bolsonaro, teria vantagem de 24 pontos, chegando a ostentar 55% contra 31% do candidato da extrema-direita. Contra Moro, o petista tem novamente o mesmo desempenho, com 24 pontos de dianteira — 53% a 29%. Contra Ciro, Lula vai a 33 pontos — 54% a 21% — e, contra Doria, 43 pontos, com o petista marcando 57%, enquanto o tucano está com 14%.

 

Bolsonaro

Segundo a Quaest, a reprovação ao governo Bolsonaro segue alta: 50%. É um pouco menor do que na rodada anterior, quando o índice chegou a 56%. A aprovação segue num patamar próximo a um quinto da população, com 21% — no mês anterior eram 19%. Assim, houve um aumento da compreensão de que o governo é regular: 26%, segundo o levantamento atual. O PoderData também trouxe uma redução na reprovação, dentro da margem de erro, de 57% para 54%.

Ainda de acordo com o levantamento da Quaest, 70% da população compreende que a atuação de Bolsonaro no combate à inflação é negativa. Colabora para esse dado a percepção de que o principal problema do Brasil é a economia – para 41% da população. Destacam-se as menções ao desemprego (18%), crescimento econômico (14%) e inflação (9%).

Ainda, outros 11% afirmam que o principal problema do país é a fome e a miséria. Houve aumento da preocupação com a pandemia, possivelmente em razão da variante ômicron. Em novembro, 59% estavam muito preocupados e, em dezembro, são 62%. De acordo com o levantamento do Poderdata, somente 22% dos brasileiros afirmam que a vida melhorou no governo Bolsonaro – 37% afirmam que piorou e 37% que não mudou. •

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