Bancadas pressionam PGR a investigar Guedes e Campos Neto. Decisões do governo deixaram ministro da Economia e presidente do BC mais ricos

 

As bancadas do PT na Câmara e no Senado pediram à Procuradoria Geral da República que investigue as contas milionárias mantidas em paraísos fiscais pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Estamos falando de dois dos mais importantes responsáveis pela condução da política econômica do país neste momento. Em nome da lisura e da transparência, o povo brasileiro tem o direito a essas informações”, afirmou o líder Elvino Bohn Gass (PT-RS).

Petistas denunciam que a manutenção de investimentos fora do país, mesmo declarados à Receita Federal, violam as normas da administração pública. O Código de Conduta da Alta Administração Pública proíbe funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras que possam ser afetadas por políticas governamentais.

Documentos comprovam que Guedes criou, em setembro de 2014, uma empresa chamada Dreadnoughts International, nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe. Desde então, já depositou, na conta da empresa, aberta no banco Crédit Suisse, US$ 9,55 milhões, o que, no câmbio de hoje, corresponderia a R$ 51 milhões. Já Campos Neto criou a Cor Assets SA no Panamá, paraíso fiscal da América Central, em 2004, com capital de US$ 1,09 milhão — R$ 5,8 milhões.

Abrir uma empresa ou uma conta em outro país não é proibido, desde que o saldo mantido no exterior seja declarado à Receita e ao Banco Central. Porém, tudo muda de figura quando a se trata de servidor pública. Guedes e Campos Neto agiram de forma suspeita porque passaram a comandar a economia nacional enquanto mantêm empresas no exterior. 

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