Direitos indígenas no palco global
Em show transmitido direto da Amazônia para o mundo pela internet, no Global Citizen Live, o DJ Alok promove a defesa dos povos das floresta e da cultura indígena, em megaevento que contou com Elton John, Coldplay e Green Day, entre outros artistas
A causa indígena brasileira — e a defesa dos direitos dos povos que vivem nas florestas da Amazônia e em áreas sob risco pela ação direta do governo Bolsonaro — ganhou repercussão novamente aos olhos do mundo, desta vez num show de música. O músico e DJ Alok, que tem fama e sucesso mundial, fez no sábado, 25, um show emocionante com indígenas dos grupos Huni Kuin, Yawanawá e Guarani, direto de um palco montado sobre uma bolsa de um rio da Amazônia para o Global Citizen Live. Do Brasil, além de Alok e dos indígenas, também participaram, do Rio de Janeiro: Mart’nália, Criolo, Liniker, Tropkillaz e Mosquito.
Mais de 50 grandes nomes da música internacional – entre eles Elton John, Coldplay, Billie Eilish, BTS, Demi Lovato, Jennifer López, Shawn Mendez, Kylie Minogue, Green Day, Tiwa Savage e Stormzy reforçaram o apelo no combate à pobreza e contra a desigualdade. O objetivo do movimento é ajudar a erradicar a pobreza extrema até 2030.
O megashow que durou 24 horas e foi transmitido para mais de 100 países, teve apresentações ao vivo, de diversas cidades do mundo, como Paris, Nova York, Johannesburgo, Lagos, Buenos Aires, Seul, Los Angeles, Mumbai, Londres, Sidney, Rio de Janeiro e da floresta amazônica.
Direto da maior floresta tropical do mundo, num palco montado numa balsa ancorada no rio Amazonas, o DJ e produtor brasileiro Alok participou do evento acompanhado por indígenas de três etnias: Huni Kuin, Yawanawá e Guarani Mbya. “Os cantos indígenas são as vozes ancestrais da floresta e diante do momento urgente que vivemos, devido às mudanças climáticas, é preciso ouvir o que a floresta tem a nos dizer”, disse Alok.
O show teve duração de sete minutos e contou com a participação dos músicos indígenas Mapu Huni Kuin, Owerá Kunumi MC, Célia Xakriabá e Tashka Yawanawa. Eles entoaram cantos ancestrais seguindo o ritmo do DJ. Um show potente e emocionante. Célia Xakriabá declarou: “Antes do Brasil da Coroa, existe o Brasil do cocar”.
Ao encerrar o show, Alok disse: “Juntos, podemos mover o mundo para defender o planeta e vencer a pobreza. Quero dedicar este momento a todos os cidadãos globais que estão na linha de frente, lutando para conter o aquecimento global. Estou muito honrado por fazer parte deste movimento global e sei que podemos mudar o mundo com uma ação de cada vez”.
“Agora é o tempo de entrar em ação. Nosso mundo está sofrendo devido às mudanças climáticas, impactando comunidades vulneráveis que vivem na pobreza – devemos convencer os líderes mundiais a agirem agora”, disse o DJ.
Célia Xakriabá reforçou: “Com coração sensível você tem genipapizado o som. O canto ancestral indígena tem essa força incrível de atravessar o coração das pessoas a ponto delas irem embora do show e a alma continuar dançando. Parabéns a todos os envolvidos na construção desse espetáculo, em especial aos parentes indígenas pela força do cantar e do reencantar”.