O retorno de Lula foi uma poderosa injeção de oxigênio em uma democracia que estava na UTI, maculada por um golpe travestido de impeachment e pela ofensiva do lawfare e do arbítrio, que alijaram a participação da maior liderança política da história do Brasil das últimas eleições presidenciais. Sua volta foi saudada de forma calorosa não só no Brasil, mas também por líderes internacionais.

Após a anulações das condenações e do julgamento que considerou Sérgio Moro parcial, Lula já lidera as pesquisas eleitorais e vence no segundo turno. Também avança forte em um terreno até então dominado pelo gabinete do ódio e pelas fake news e já empata com Bolsonaro em popularidade digital.

No reencontro com o povo brasileiro, Lula deu centralidade e racionalidade à necessidade de avançarmos no combate à pandemia, reforçando a importância das medidas de distanciamento social, do uso de máscaras e da vacinação em massa. Além disso, pautou o dever do Estado de assegurar a renda e o emprego das pessoas, defendeu a urgência do auxílio de R$ 600, em um país que mais de 27 milhões caíram abaixo da linha de pobreza.

O gigantismo de Lula forçou uma reação imediata de Bolsonaro. Desesperado e com a popularidade desabando, o capitão foi obrigado a trocar o militar intendente do Ministério da Saúde e a demitir o ministro tarja preta do Itamaraty. Bolsonaro flertou com uma possibilidade frustrada de autogolpe, humilhando as Forças Armadas e forçou a demissão dos comandantes das Três Forças.

Assombrado pelo impedimento, entregou a articulação política e as emendas parlamentares para uma inexperiente deputada do Centrão. Também aparelhou o Ministério da Justiça e a AGU para continuar blindando o clã das graves acusações das rachadinhas e para aumentar a intimidação contra adversários políticos, reforçando a utilização do entulho autoritário com a LSN.

Entretanto, a força de Lula, conquistada por mais de 60 anos de vida pública, em que caminhou pelas periferias do país defendendo a democracia, o combate à fome e um país justo e solidário, somada à consistência do legado dos governos do PT continuam a atormentar um cada vez mais diminuto Bolsonaro.

Com a volta de Lula, a polarização está dada e tende a inviabilizar uma “terceira via” da direita tradicional neoliberal. Por isso, ainda que o ambiente tenha mudado, o Lula Livre ainda não está resolvido e aumentam as pressões da direita golpista sobre o STF por mais um retrocesso que inviabilize a mudança.

Mas, sem rancores e sem ódio, o PT está pronto para voltar a governar o país. Precisamos unificar a esquerda e construir uma ampla aliança para defender a vida e a democracia. O PT tem um legado para apresentar à Nação e tem também o candidato da esperança, aberto ao diálogo e comprometido com um projeto de reconstrução e transformação do Brasil. Lula!

 

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