A greve de Fome Nacional dos Presos Políticos contra o projeto governamental de Anistia Parcial e de apoio à luta pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, ocorrida no período de 22 de julho a 22 de agosto de 1979, foi uma expressão destacada dos 15 anos e meio de resistência dos presos políticos, inserida na luta mais geral do povo brasileiro contra a Ditadura Militar.

Sua importância, ao nosso ver, se definiu em função do seu justo objetivo: o repúdio ao projeto de Anistia Parcial e a denúncia de suas exclusões e restrições; e porque se inseriu, oportunamente, no conjunto de pressões populares que estão a exigir não apenas a Anistia Plena, mas também amplas liberdades políticas que consubstanciem o fim do regime ditatorial estabelecido em 1964.

Contudo, seria equivocado concluir que somente agora os presos políticos procuraram contribuir para a luta contra esse regime militar. Em verdade, durante todos esses quase 16 anos, os presos políticos têm travado uma dura luta de resistência nos cárceres políticos, luta esta que nem sempre era levada ao conhecimento do povo, dada a repressão, a censura à imprensa e o cerceamento das liberdades democráticas. Por esta razão aproveitaremos esta introdução para uma rápida abordagem do conjunto das lutas dos presos políticos, dando indicações e referências, a fim de que não se diluam na memória individual dos que dela participaram e se incorporem à memória do nosso povo. Aliás, cremos ser este o sentido da edição deste livro, embora dedicado, mais especificamente, à Greve de Fome dos Presos Políticos, que durou 32 dias.

 

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