Experiências petistas em gestão pública no curso de pós-graduação FPA/FESP
Aconteceu entre os dias 25 a 27 deste mês o encontro presencial da segunda turma do Curso de Pós-graduação em Gestão e Políticas Públicas, promovido pela Fundação Perseu Abramo (FPA) em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política (FESPSP-SP). Mais de 300 alunos de todas as regiões do Brasil lotaram o auditório do Hotel Mercure, na zona norte da capital paulista, para a aula. Nesta etapa estiveram presentes 35 pessoas do Norte, 43 do Nordeste, 24 do Centro oeste, 153 do Sudeste e 31 da região Sul do país.
Na mesa de abertura o presidente da FPA, Marcio Pochmann, a vice-presidenta, Iole Ilíada, e Cecília Gomes, da Fundação Escola de Sociologia Política, deram as boas vindas. Nas palavras de Pochmann, o objetivo do curso e atividades é “promover a construção de um Brasil superior aos frutos colhidos nos últimos dez anos, sem miséria”.
Abertura do curso de pós graduação FPA/FESP
Na programação da sexta-feira, 25, na primeira mesa de debates, estiveram Swedenberger Barbosa, secretário de Estado-Chefe da Casa Civil do governo do Distrito Federal, e Ana Julia Carepa, ex-governadora do Pará e atualmente Diretora Administrativa e Financeira da BrasilCap Capitalização. A mesa foi mediada pela diretora da FPA, Luciana Mandelli.
Aos palestrantes foi proposto apresentar os desafios da gestão governamental em um país em mudança. Tanto Swedenberger quanto Ana Julia apresentaram suas experiências, as dificuldades, de ser gestor, de implantar o modo petista de governar e avançar em políticas públicas locais para experiências tão diversas como são no Pará e no Distrito Federal.
Mesa com Ana Julia e Swedenberger Barbosa
Ana Julia relatou as dificuldades de uma mulher ser eleita no Pará e apresentou o tripé que inclui vencer a eleição, capitalizar as forças variadas e alcançar governabilidade. Segundo ela, foi possível alterar o modelo de desenvolvimento do estado por meio de ações articuladas entre as diferentes áreas do governo. “A gente não faz trabalho social só onde tem muito voto. Fui a duas ilhas que nenhum outro governador tinha visitado antes. Investimos em água nas escolas e as crianças não adoecem mais”, contou.
Swedenberger mostrou as novidades do Distrito Federal com seu Sistema de Monitoramento e Gestão. Para ele, “os gestores têm que aproveitar os erros e acertos, extrair das experiências boas e más os melhores caminhos. Por isso é importante um fórum como esse, pois não estamos aqui para apresentar um pacote: é um modo, uma equação política da gestão”.
No sábado, 26, o tema da segunda mesa era modernização e mudanças estrutural da administração pública e foi coordenada por Artur Henrique, diretor da FPA. A ministria do Planejamento do governo da presidenta Dilma Rousseff, Miriam Belchior, relatou sua trajetória e a importância que dá à formação dos petistas: “só vou falar de coisas que me orgulho muito”, disse.
Artur Henrique e a ministra Miriam Belchior
Belchior foi uma das petistas que ajudou a transformar o país nos últimos dez anos e por isso aconselhou que os gestores devem se preocupar com o planejamento e prioridades. “Os governos podem perder em agilidade para propostas novas e transformadoras sem planejamento”, afirmou. Para ela, “na safra de 2013 de prefeitos e prefeitas é preciso ter o desafio da melhoria da gestão. Garantir qualidade de vida e boa gestão dos serviços públicos”. A ministra, assim como Ana Julia, propõe um “tripé” construir a visão global de mudanças: o querer fazer, a governabilidade e a capacidade financeira.
Clareza e responsabilidade
A terceira e última mesa contou com coordenação do diretor da FPA, Joaquim Soriano, e teve as exposições de Patrus Ananias, ex-prefeito de Belo Horizonte (MG), Marcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e Elói Pietá, ex-prefeito de Guarulhos (SP).
Marcia Lopes afirmou que “tínhamos razão que era possível inverter prioridades e dar destaque aos milhões de excluídos” e também fez um alerta: “é preciso ter clareza da responsabilidade enquanto petistas e gestores, enfrentar desafios com a convicção do projeto democrático e popular”. Marcia também defendeu que não se pode deixar a rotina imperar. “Estou aqui para renovar esse desejo, de governos com paixão e entusiasmo. E temos a FPA para dar o respaldo. A Fundação cumpre seu papel histórico de formar gestores e militantes”.
Elói, Joaquim, Patrus e Márcia na mesa de sábado
Elói Pietá fez uma apresentação sobre premissas e obstáculos, mostrando que o PT, por meio de seus programas de governo, espera “buscar o progresso de toda sociedade, lutando por igualdade, aprofundando a democracia”.
A partir de sua experiência na prefeitura de Guarulhos, Pietá apresentou vários exemplos e afirmou que “as decisões de governo precisam ser medidas a partir de acordos e visão da sociedade como um todo. É preciso dividir no tempo de gestão a aplicação do programa de governo, que não pode se pautar no espontaenísmo.
Patrus Ananias também se baseia em sua passagem pela prefeitura de Belo Horizonte para apresentar suas preocupações e sugestões. Para ele, os objetivos dos petistas devem ser continuar a luta contra a fome e a corrupção, monitorar, acompanhar e avaliar as ações constantamente.
Ética, democracia, direito à comunicação, as batalhas contra as vaidades e a participação popular foram objeto da fala de Patrus. Para ele, “democracia se faz com democracia, e socialismo se constrói com quem o pratica”. Para ele, “para fazer bem feito, temos que cultivar o respeito e o amor, especialmente aos mais pobres”.
Fotos: Marcio de Marco