Marco civil: coletivos irão organizar ações de rua e nas redes
Na segunda-feira, 30, a partir das 19 horas, variados coletivos que lutam pelo marco civil realizam reunião ampliada para organizar ações de rua e de redes
Por Fernanda Estima
Na segunda-feira, 30, a partir das 19 horas, variados coletivos que lutam pelo marco civil realizam reunião ampliada para organizar ações de rua e de redes, no auditório do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo.
A presidenta Dilma Rousseff já declarou que quer aprovar o marco civil da internet rapidamente, garantindo neutralidade e privacidade dos usuários. Foi publicado no dia 11 de setembro, no Diário Oficial da União, pedido de urgência constitucional para o Projeto de Lei de Marco Civil da Internet (PL 2126/2011), que está em tramitação na Câmara dos Deputados.
Em entrevista a tevêFPA, Franklin Martins, ex-ministro das Comunicações do governo Lula, disse que é fundamental o marco regulatório das comunicações e também garantir que se aprove no Congresso o marco civil da internet e a neutralidade da rede. Segundo Martins, “não cabe às teles decidirem quem entra ou o que entra. Não podemos admitir censura, nem política nem econômica. Todos devem entrar nas redes da mesma forma e as teles devem ser somente prestadoras de serviço e não controladoras dos conteúdos.”
Para Everton Rodrigues, ativista do software e internet livre, as “empresas de telecomunicações defendem o fim da netralidade da rede. Com isto elas atacam frontalmente a transparência, a inovação e a livre circulações de informações livre e pública. Estas empresas querem ter a possibilidade de bloquear o acesso a sites como wikileaks ou sites de movimentos sociais”. O Coletivo Arrua tem trabalhado bastante o tema.
Sociólogo, ativista do software livre e pesquisador da cibercultura, Sérgio Amadeu conta que o uso da internet no Brasil tem um comitê composto por representantes do governo, sociedade civil, empresas e academia. “Nosso modelo de gestão da internet é considerado um dos melhores do mundo. Temos a participação direta da sociedade”. E relembra: o marco civil é uma resposta ao AI5 digital ou a polêmica “Lei Azeredo” proposta pelo deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Para ele, ser contra o marco civil é ser a favor da vigilância feita pelas empresas. O marco civil garantirá a neutralidade. A internet tem que ser tão livre quando é a corrente elétrica que usamos todos os dias”.
Beá Tibiriçá, diretora geral do Coletivo Digital e ativista de inclusão e cultura digital livre, defende que “o marco civil da internet interessa a todos e todas, queremos liberdade para subir nossos conteúdos, para fazer ativismo na Rede, para fiscalizar, para nevegar a mil. E, tá na hora de mostrar o que queremos: muita gente, cada um na sua, juntos , defendendo marco civil já! Este é o tom da reunião ampliada, multiplicar ações nas ruas e nas redes, pelo Marco Civil Já!”
Segundo pesquisa recente realizada pelo Núcleo de Estudos e Opinião da Fundação Perseu Abramo, a internet já divide com os jornais impressos a terceira colocação (ambos com 43%), e a TV por assinatura, em quinto lugar (37%, sendo 30% diariamente), supera em penetração a soma de todas as revistas impressas (24%). A internet, na soma de portais, blogs e indicação de amigos nas redes sociais virtuais, ultrapassa o jornal como meio habitual para se informar sobre o Brasil e o mundo.
Serviço
Reunião ampliada para organizar ações de rua e de redes
Dia 30 de setembro, segunda-feira, 19 horas
Local: Auditório do Conselho Regional de Psicologia
Rua Arruda Alvim, 89, São Paulo