Museu Caminhão que conta as lutas pelo direito à terra chega ao Campo Limpo, em São Paulo
A partir do dia 29 de agosto até o 1º de setembro o Caminhão estaciona no CEU Cantos do Amanhecer, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo
Um museu itinerante percorrerá o país para contar a história das lutas do povo brasileiro pela terra e seus direitos. O Caminhão Museu Sentimentos da Terra conta com duas salas para exibição de 11 vídeos produzidos especialmente para a mostra, espaço com seis computadores e acesso à internet, monitor interativo e uma pequena biblioteca com livros sobre arte, fotografia, geografia, costumes e tradições.
Fruto de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead/MDA), e o Projeto República, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Caminhão Museu Sentimentos da Terra foi inaugurado em março em Belo Horizonte, e teve como primeiro destino a Capital Federal. No cronograma da turnê ficou, de 20 a 24 de agosto, no Vale do Anhangabaú. A partir do dia 29 de agosto até o 1º de setembro o Caminhão estaciona no CEU Cantos do Amanhecer, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo.
Associando arte e tecnologia, o Caminhão tem como principal atração 11 vídeos que contam a luta pela terra com técnicas de computação gráfica que transformam imagens, documentos históricos, ilustrações, desenhos e pinturas em maquetes 3D e animações, elaborados sob a coordenação do arquiteto e designer Gringo Cardia e com narração dos artistas brasileiros Chico Buarque, José Wilker, Dira Paes, Gilberto Gil, Caio Blat, Letícia Sabatella, Maria Bethânia, Regina Casé, Seu Jorge, Vera Holtz e Wagner Moura.
Todo o material audiovisual tem linguagem acessível, mas mantendo o rigor acadêmico dos textos de pesquisadores e documentos históricos em que se baseiam. “Acreditamos na força dessa nova linguagem e esperamos que ela seja capaz de mobilizar pessoas de todos os lugares por onde vamos passar, sejam eles assentamentos, pequenos municípios do interior do Brasil, ou capitais.
A proposta é apresentar conteúdo de qualidade, com leveza, mas sem esvaziar a questão política”, destaca Pauliane Braga, integrante da equipe de coordenação do Projeto Sentimentos da Terra.
Quando montado, o Caminhão Museu desdobra-se em vários ambientes e atividades, incluindo uma galeria de personagens, maquetes e estúdio para fotos, além de um coreto para apresentações musicais.
Na mostra, o público pode conferir, por exemplo, como seu deu a participação nestes processos da Igreja Católica e de movimentos sociais como o dos Trabalhadores sem Terra (MST) e as Ligas Camponesas. Evidencia ainda projetos que articularam formas inovadoras de educação com inclusão de cultura popular.
História
O Nead identificou em 2004 uma lacuna na forma de disponibilização de material sobre a história da luta pela reforma agrária brasileira. Identificou-se que ocorreram eventos muito importantes nesse processo, mas o registro estava disperso.
Com isso, o Nead propôs ao Projeto República, ligado ao departamento de História da UFMG, um projeto para recuperar essa memória. Atualmente, a linha de pesquisa “Sentimento de Reforma Agrária, Sentimento de República”, do Projeto República, tem mais de 20 alunos participantes, entre graduandos, alunos de mestrado e doutorado.
O grupo realiza pesquisas em todo o Brasil e trabalha com documentos e acervos de iconografia, vídeo e áudio.
O programa Repórter Brasil da EBC mostra a exposição em São Paulo, aberta na última terça-feira, 20. Clique aqui e assista