A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, esteve na terça-feira (30/4) na Fundação Perseu Abramo (FPA) para conceder entrevista à Revista Reconexão Periferias, edição de maio. Em seguida participou de uma roda de conversa com lideranças do PT e dos movimentos sociais, onde falou sobre o grande desafio de devolver à mulheres o status de cidadãs de direitos que lhes foi retirado nos últimos anos, com o avanço do conservadorismo.

O bate-papo foi aberto pela vice-presidenta da FPA, Vivian Farias, que saudou, agradeceu e “femenageou” a ministra. “Muitas vezes a gente na vida política acaba lendo (Pierre) Bourdieu, Dostoiévski, Angela davis, e algumas vezes nos distanciamos na práxis. E você, Cida, é para mim, para nosso partido e nossa fundação exemplo de práxis feminista”, disse.

A feminista Silvia Pimentel disse que desde a década de 1970 está na luta das mulheres e o primeiro lugar onde se acertou no movimento foi o ABC. “A gente tem uma história muito grande, estimulante e que me dá muita alegria. Fui uma das que escreveram a Carta da Mulher Brasileira. Estou muito feliz de estar aqui”, afirmou.

A diretora da FPA Elen Coutinho saudou as mulheres presentes e afirmou que o Ministério das Mulheres é muito caro à brasileiras, para a cidadania e garantia da dignidade do povo. “É uma conquista da luta feminista, é precioso tê-la aqui para dialogar e falar sobre políticas públicas e planos para o futuro”.

A coordenadora de Advocacy, pesquisa e articulação da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas Juliana Borges afirmou que quando nós, mulheres, estamos bem, nossa comunidade está como um todo. E se colocou à disposição para construção conjunta com o Ministério.

A dirigente do PT paulistano Vanilda Anunciação afirmou que combater a fome passa fundamentalmente pelo acesso a renda. “Mais de 3 milhões de mulheres estão sem trabalho e sem estudo e quase 51% delas são jovens entre 14 e 30 anos. E quando se pensa o futuro é preciso ter atenção para isso. Esses esforço para superar o desemprego tem sido muito importante, mas é preciso que essa superação atinja também as mulheres”, destacou.

A ministra encerrou sua participação afirmando que o que fará as mulheres avançarem nos direitos, na política e na sociedade é a construção de Secretarias das Mulheres em todas as cidades brasileiras, pois não adianta ter milhões em recursos e não ter capilaridade para executá-los. “Esse ponto deve estar em todos os programas de governo de candidatos e candidatas do PT”, concluiu.”

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