É preciso defender as pautas LGBTQIA+ prioritárias e levar o debate para além das capitais
Em evento realizado pelo Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas LGBTQIA+ da FPA, nesta segunda (18), lideranças políticas e representantes de movimentos sociais apontaram os caminhos para que o tema esteja presente em todos os municípios durante as Eleições
O retorno de Lula à Presidência freou o projeto ultraconservador colocado em prática durante os quatro anos em que Jair Bolsonaro esteve no poder. Freou, mas está longe de ter derrotado. Sob a sombra do radicalismo que devastou o país em praticamente todas as áreas, é urgente que partidos progressistas, militância e movimentos populares encontrem unidade para defender as pautas LGBTQIA+.
Este alinhamento no discurso foi apontado por Janaína Oliveira, secretária Nacional LGBTQIA+ do PT, como fundamental para impedir que a extrema-direita avance sobre os municípios, em particular os de pequeno e médio porte. “Os partidos políticos precisam estar comprometidos com as pautas defendidas pelos movimentos e liderar o debate durante o processo eleitoral”, antecipou, durante encontro realizado nesta segunda-feira (18) pelo Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas (Napp) LGBTQIA+, da Fundação Perseu Abramo. O evento reuniu lideranças políticas e representantes de movimentos sociais de diversas partes do país, e faz parte do projeto FPA nas Eleições.
Defender a pauta, prosseguiu Janaína, passa pela definição do que é prioritário nas lutas em defesa da população LGBTQIA+. “É central todos nós entendermos que as Eleições vão se dar de uma forma que cada candidatura terá que saber exatamente o que é prioridade. O primeiro passo é eleger nomes ligados aos movimentos para que as ações tenham impactos reais na vida da população”, completou.
Também presente no debate, a Secretaria Nacional dos Direitos da População LGBTQIA+ (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania), Symmy Larrat, endossou o posicionamento de Janaína. “Nós não podemos deixar que a extrema-direita nos paute. Temos que ter o controle do debate e deixar claro que a nossa luta é contra a violência de gênero, contra a fome, e pela inclusão de candidaturas LGBTQIA+ em nosso partido”.
Symmy acredita que a trajetória de lutas do PT pela causa deve ser ampliada para além das capitais. “Precisamos não só de candidaturas próprias como interiorizar as pautas. O avanço do conservadorismo no Interior do Estados será o nosso grande inimigo nestas Eleições”.
Por Henrique Nunes