Trabalhadores realizam atos em todo o país
Paralisações, fechamento de estradas, mobilizações nas portas de empresas e nas principais vias das capitais são algumas das manifestações nesta quinta-feira,11, por todo o País
Trabalhadores e movimentos sociais começam a tomar as ruas em todo o país nesta quinta-feira, Dia Nacional de Lutas. Paralisações, fechamento de estradas, mobilizações em portas de fábrica e nas principais vias das capitais são algumas das indicações de que hoje não é um dia comum.
Em São Paulo, trabalhadores iniciaram as manifestações com interdição de rodovias e avenidas na cidade. Há manifestações ocupando as rodovias Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares, Fernão Dias, Dutra, Mogi-Bertioga e a Cônego Domênico Rangoni, na altura de Guarujá.
Na capital, as agências bancárias na avenida Paulista estão fechadas para o ato organizado pelas centrais sindicais. Um grupo de metalúrgicos filiados à Força Sindical fez uma passeata na pista da Marginal Pinheiros, em Santo Amaro, na altura da ponte Transamérica. Uma passeata também ocupa a avenida Radial Leste.
Os metalúrgicos estão mobilizados também no ABC paulista. Em São Bernardo, as concentrações nas fábricas da Ford, Mercedez-Benz, Proema, Arteb, Sachs, Proxyon, Sogefi e Toyota. Os trabalhadores estão em passeata, parte deles pela Via Anchieta, e rumam para se encontrar no centro da cidade. A avenida Goiás, em São Caetano, também está fechada pelos trabalhadores da GM.
Conforme dados da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), há protestos ocupando as rodovias BA-093, BA-099 (Estrada do Coco), e da BA-535 (Via Parafuso), BR-324 e na Estrada Cia-Aeroporto.
Na capital baiana, os motoristas e cobradores de ônibus pararam o transporte público. O mesmo acontece em Vitória, no Espírito Santo.
Cerca de 50 representantes do Sindicato dos Correios tentaram fechar nesta quinta-feira o Centro de Operações Postais, na Rua Leopoldo Bulhões, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Os funcionários impedem que caminhões dos Correios circulem para despachar as correspondências.
Parte da categoria aderiu ao Dia Nacional de Paralisação. Os funcionários disseram que vão participar da passeata, com saída da Candelária em direção à Cinelândia, a partir das 15h.
Manifestantes bloquearam nesta quinta-feira uma ponte que liga os municípios de Rio das Ostras e Macaé, no Norte Fluminense. O protesto, coordenado pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tem a participação de outros movimentos sociais.
Por volta das 5h, eles fecharam a rodovia que liga as duas cidades e atearam fogo a pneus, em frente ao Parque dos Tubos, na localidade de Imboassica, em Macaé. Além das pautas nacionais, os manifestantes de Macaé pedem a redução dos gastos da prefeitura e da Câmara Municipal e saneamento básico em todo o município.
Na região metropolitana, manifestantes ocuparam faixas da BR-463, no município de Itaguaí. Eles atearam fogo em pneus e pedaços de pau em frente à sede da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), estatal que fabrica cascos de submarino e equipamentos para plataformas de petróleo e para usinas nucleares. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o protesto foi rápido e as pistas já estão liberadas.
Segundo a assessoria de imprensa da Nuclep, a fábrica de Itaguaí está fechada hoje porque seus funcionários aderiram à paralisação nacional e participaram de manifestação em frente à estatal.
Foco do Dia Nacional de Lutas
Levar as pautas dos trabalhadores paradas no Congresso Nacional, é a principal motivação da jornada de lutas. Fim do fator previdenciário, contra a precarização das condições de trabalho, em defesa da saúde e educação públicas de qualidade, mobilidade urbana são algumas das prioridades apontadas pelos organizadores do Dia Nacional de Paralisação.
As marchas desta quinta foram agendadas na esteira das manifestações de junho pelas centrais sindicais e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que esperam sistematizar as reivindicações dos trabalhadores e garantir que se aproveite o momento de trabalhos acelerados no Executivo e no Legislativo para retomar antigas bandeiras e introduzir novas propostas.
A pauta comum das entidades sindicais inclui a rejeição do Projeto de Lei 4.330, de 2004, que amplia a terceirização de atividades, o fim do fator previdenciário, a destinação de 10% do PIB para educação e de 10% do Orçamento da União para a saúde. As reivindicações são também de garantia de um transporte público de qualidade, de valorização das aposentadorias, de realização da reforma agrária e de suspensão dos leilões de blocos do pré-sal.
Acompanhe em tempo real a cobertura das manifestações pela Rádio Brasil Atual
(Com informações dos portais)