da Reuters, em São Paulo

Suplicy faz resgate histórico para defender renda mínima em livro

da Reuters, em São Paulo

Garantir, a partir de 2005, que todo cidadão brasileiro tenha acesso, sem restrição a seu uso ou a quem a receba, a uma renda básica. O novo livro do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) tenta mostrar como a proposta do senador é possível e como ela esteve presente na humanidade ao longo dos séculos.

Além de uma leitura agradável – um pouco extensa talvez, mas longe de ser uma autopropaganda política – Renda de Cidadania, A Saída É Pela Porta é um livro de pesquisa, consulta e aprendizado, resultado de uma pesquisa sobre o tema que o senador vem fazendo desde a década de 1970.

Para isso, o livro faz um retorno à infância de Suplicy – quando ele teria descoberto a desigualdade social -, passando para a explicação de como surgiu e desenvolveu-se a idéia da renda mínima entre os economistas clássicos, além de seus precursores e idealizadores no Brasil.

“O livro revela como os fundamentos [da renda básica] estão associados à nossa história’, disse ele recentemente durante o lançamento da obra em São Paulo.

A escritora Ana Miranda, 50, ajudou-o, na realização de pesquisas, revisão e estímulo, segundo o senador, referindo-se à autora de títulos como Boca do Inferno, com quem ele mantém um relacionamento que por enquanto ele não oficializa publicamente.

“Meu coração está muito bem”, disse ele na ocasião, em meio a abraços com a escritora.

No livro, o senador, que fez mestrado e doutorado em economia na norte-americana Michigan State University, explica que a proposta de renda mínima foi levantada pioneiramente pelo téologo Thomas More, no século 16, que defendia que “nada é privado, o que conta é o bem público”.

Outros pensadores clássicos mundiais figuram em Renda, trazendo suas idéias e críticas sobre o tema, entre eles Francis Bacon, Karl Marx, James Tobin, Adam Smith, Bernard Shaw e Thomas Paine.

Brasil e PT

Nas 53 páginas dedicadas exclusivamente ao Brasil, são resgatadas as revoltas populares de escravos, índios e trabalhadores rurais, todas lutando por um direito que, segundo Suplicy, a renda forneceria, o direito à vida.

Após comparar a experiência de vários países que já adotaram a renda mínima, para o Brasil Eduardo Suplicy desenvolveu uma cobertura progressiva, por classe e por valor, exemplificando que o valor inicial do projeto poderia ser fixado em 40 reais por cidadão.

“A renda mínima é um projeto meu e do PT”, acrescentou Suplicy, que também reserva no livro uma seção de entrevistas acerca de política, feitas com ele mesmo, colegas de partido –como sua ex-mulher, a prefeita Marta Suplicy, e o presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva– e com outras figuras públicas.

No último capítulo do livro “dedicado ao povo brasileiro”, a apresentação dos projetos de lei que instituem a renda de cidadania, onde está previsto também que a Justiça Eleitoral deve submeter a norma à decisão popular.

Renda de Cidadania, A Saída É Pela Porta é um lançamento da editora Fundação Perseu Abramo, co-edição com a Cortez Editora, tem 368 páginas e custa R$ 32,00.

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