O Partido dos Trabalhadores completa, este mês, 33 anos de existência celebrando sua capacidade de organizar e dar voz a segmentos historicamente excluídos da política brasileira, avalia a senadora Ana Rita (PT-ES). Ela lembra que trabalhadores, negros, mulheres, jovens, pessoas LGBT e tantos outros brasileiros encontram no PT não apenas uma legenda que os represente, mas uma organização por meio da qual podem se expressar, defender suas bandeiras e construir políticas que contemplem suas demandas e necessidades.

No caso específico das mulheres, Ana Rita destaca o pioneirismo do PT no estímulo à participação feminina, como o primeiro partido a aprovar — e implementar — uma resolução assegurando que pelo menos 30% dos cargos de direção da legenda seriam ocupados por elas em todas as instâncias partidárias. As cotas para mulheres na direção foram aprovadas no I Congresso do partido, realizado em 1991 e, posteriormente, avançaram para a conquista da paridade entre homens e mulheres em cargos diretivos: hoje, todas as instâncias do PT são compostas por pelo menos 50% de mulheres.

Mulheres e financiamento público de campanha

Apesar das conquistas, Ana Rita quer mais e lembra que o espaço conquistado pelas mulheres no interior do partido ainda não se reflete nas bancadas parlamentares e nos cargos executivos. “Desde a fundação do PT, nós avançamos muito, mas ainda estamos aquém do necessário”, pondera a senadora. Ela destaca que o machismo presente na política, em geral, ainda é grande. “Os homens têm dificuldade de valorizar a presença feminina na política e as mulheres também enfrentam grande dificuldade para disputar cargos eletivos, seja pela sobrecarga representada pelas tarefas domésticas, seja pelo preconceito.

Ela dá como exemplo sua própria experiência. Em duas disputas para vereadora, enfrentou enormes dificuldades em conseguir contribuições que permitissem fazer campanha em pé de igualdade com os homens. “Tenho certeza que o financiamento público de campanha vai corrigir esta distorção. Mas, atualmente, as mulheres em geral estão fadas a fazer campanhas tímidas, sem maior alcance, por falta de recursos. O tradicional contribuinte de campanhas não acredita muito em mulheres no poder”, avalia.

Mudança de mentalidade

Ana Rita também destaca uma contribuição essencial do PT à mudança de mentalidade sobre a presença feminina na vida pública: “É dos nossos quadros que vem a primeira mulher a exercer a presidência da República. A eleição da presidenta Dilma e o ótimo governo que ela vem fazendo não só estimulam as mulheres, reforçando sua autoestima, como também mostram aos homens que somos capazes de governar e governar bem”.

Defender e valorizar o PT

Os 33 anos do PT também foram o tema do discurso da senadora ao Plenário do Senado, na noite desta quarta-feira (6). Na ocasião, ela destacou a necessidade de a militância defender o PT dos ataques conservadores, valorizando as inestimáveis conquistas alcançadas pela sociedade brasileira sob a liderança do PT.

“Sabemos que temos muito o quê avançar, mas as conquistas são inegáveis. São anos de incontestáveis avanços para o País e em especial para os trabalhadores e trabalhadoras. São anos em que milhões de brasileiros saíram da condição de miséria e até de fome em que viviam”, afirmou Ana Rita em relação ao 10 anos de governo democrático e popular, iniciados com, a eleição de Lula e que prosseguem com Dilma. “É um Governo que está diminuindo as desigualdades, que investiu no mercado interno e, principalmente, não aceitou a tese de que é preciso primeiro crescer para depois dividir”.

Ana Rita lembrou que o PT é resultado do esforço de milhões de brasileiras e de brasileiros. “Com a força do povo crescemos. O resultado desta luta é que estamos mudando os rumos e a face do nosso País”. Ela lembrou que além de comemorar as conquistas, a celebração deve estimular a todos os petistas a continuar perseguindo os desafios que ainda se apresentam. Para ela, “defender e fortalecer o PT é manter nossos compromissos com a classe trabalhadora, com o socialismo, com as reformas estruturais, na luta contra o neoliberalismo, o desenvolvimentismo conservador e o capitalismo”.