Com a posse das deputadas petistas Iara Bernardi (SP) e Margarida Salomão (MG), o Partido dos Trabalhadores passa a ter 20% de representatividade na bancada feminina da Câmara, composta de 45 deputadas. Segundo a coordenadora da bancada, Janete Rocha Pietá (PT-SP), a reforma política será a principal “bandeira”, tanto da bancada feminina como do PT. “A reforma política é a mãe de todas as reformas. Se garantirmos a paridade entre homens e mulheres e o financiamento público de campanha, será uma grande vitória”, afirmou Janete Pietá.

Além da reforma política, ainda sem consenso na Câmara, Janete defende a aprovação imediata do projeto de lei (PL 6653/09) que estabelece a igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho urbano e rural e as propostas de emenda à Constituição 30/07 e 590/06.  “A primeira proposta amplia para 180 dias a licença à gestante. A segunda garante a representação proporcional de cada sexo na composição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado e de cada Comissão, assegurando, ao menos, uma vaga para cada sexo”, explicou a coordenadora.
 
Iara Bernardi também é a favor da reforma política. Para a petista, a mobilização popular pode ser um “diferencial” e garantir a votação da matéria na Câmara. “A decisão do PT de colher assinaturas é válida. Se não houver mudança significativa nem avanço no Legislativo e Executivo, continuaremos a ter poucas representantes femininas na política brasileira”, ressaltou. A política de cotas, em sua avaliação, não resolve o problema. Segundo Iara Bernardi, “é preciso garantir o voto em lista, que assegura a metade das candidaturas às mulheres”.
 
Margarida Salomão partilha igualmente a ideia de que a reforma política deve ser prioridade no Parlamento em 2013. “Participei de três processos eleitorais consecutivos. Se não houver avanços no financiamento público de campanha, eleições proporcionais sem coligações partidárias e voto em lista, fica cada vez mais difícil a participação feminina na política”, disse. A deputada também vai participar da coleta de assinaturas para que a reforma política seja uma realidade. “Vou colocar o meu mandato a serviço dessa causa, da principal bandeira do PT. Sem mobilização, a reforma por si só não passará”, ressaltou Margarida.