O PT e a obstinada preferência nacional
Todos os institutos de pesquisa atestam: o PT é o partido de preferência nacional da população brasileira, uma referência que muito explica o sucesso de 17 milhões de votos recebidos no primeiro turno de 2012, colocando-o em primeiro lugar na quantidade de votos totais dos partidos, mas setores conservadores ignoram essa realidade e parte dos analistas da imprensa graúda, ao fazer avaliação sombria sobre o desempenho da legenda nas eleições, “esquece” o vínculo que o partido, em 30 anos de vida, forjou com parcela importante do eleitorado brasileiro.
Em 2010, o Ibope apontou que 29% da população brasileira tem preferência ou simpatia pelo Partido dos Trabalhadores. Pesquisa mais recente do Vox Populi revela que 48% dos entrevistados – em âmbito nacional – simpatizam com algum partido, e desses 80% nominaram três: PT com 28%; PMDB com 6% e PSDB com 5%. São os três mais influentes no quadro partidário brasileiro, mas o nosso partido, cabe sublinhar, agiganta-se perante o número dos outros dois.
Essa diferença que a cada processo eleitoral torna-se mais sólida é reveladora do quanto existe uma identidade construída pelo PT desde suas origens com o eleitorado, que na pesquisa do Vox Populi revela ser um capital político inexistente em outras siglas.
É uma identidade profundamente associada à defesa da igualdade de gênero; da agricultura familiar; pelo fim do preconceito e da discriminação de classes, cor e sexo; pela redução da pobreza; pela justa distribuição de renda; em defesa da pluralidade política e igualdade social. E ao chegar no governo central o PT manteve-se fiel a essas bandeiras, disseminando no território nacional políticas correspondentes aos princípios que o destacam na vida partidária nacional.
Essa identidade, que se reafirma a cada eleição, mesmo com as crises que se abateram sobre o partido e suas históricas lideranças, é responsável pela avaliação altamente positiva que recebe o PT. 74% dos entrevistados pelo Vox Populi o consideram um partido moderno; 70% entendem que “tem compromisso com os pobres” e 66% afirmam que “busca atender ao interesse da maioria da população.”
Os governos populares do Presidente Lula e agora da Presidenta Dilma sem dúvida contribuem para essa avaliação. Afinal, milhões de brasileiros deixaram a pobreza, ingressando em classe social emergente, como o é o próprio Brasil, que se destaca no mundo pelo bem-sucedido programa de transferência de renda, pela vigilante presença do Estado nas áreas estratégicas da economia nacional e pela adoção de políticas públicas que intentam com sucesso a redução das desigualdades sociais.
A obstinada preferência nacional pelo PT é responsável pela eleição de 624 prefeitos no dia 7 de outubro, 12% a mais do que o pleito de 2008. O crescimento ocorreu também em 2006, ano seguinte à crise desencadeada na própria base de governo, e que a imprensa batizou de mensalão. Isso, volto a frisar, a despeito de todas as previsões e apostas negativas feitas pelos adversários de nosso partido.
O PT cresce não apenas ampliando a presença de prefeitos e prefeitas no país, mas também legisladores e legisladoras em todos os parlamentos municipais, fortalecendo o sistema democrático brasileiro com representantes de qualidade intelectual e ética, atuantes, de origem popular, dedicados às causas dos brasileiros que anseiam pela continuidade das políticas transformadoras, deixando definitivamente para trás um tempo, esse sim sombrio, de desemprego e corte nos investimentos sociais.
*Padre Ton é deputado federal pelo PT-Rondônia.