Brasília – A representação brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) divulgou hoje (21) nota na qual reafirma o compromisso com a ordem democrática no Paraguai. O país passa por grave crise política depois que foi iniciado um processo de impeachment do presidente Fernando Lugo.

Na nota, a representação brasileira exorta o “o Parlasul a se colocar em vigilância permanente neste momento de graves consequências para a história do Paraguai e para o esforço de união da América do Sul”.

No texto, os parlamentares brasileiros não se manifestam sobre o mérito do processo de impeachment e não se posicionam a respeito dele. Reafirmando o compromisso com a tradição democrática das relações internacionais do Brasil – que tem como princípio fundamental o de não intervenção e respeito à soberania dos países –, os representantes brasileiros ressaltaram na nota apenas a preocupação com a manutenção das instituições democráticas no Paraguai.

“Consideramos que a institucionalidade democrática deve ser preservada em qualquer situação”, diz o documento. Nele, os parlamentares brasileiros lembram ainda que o Protocolo de Montevidéu deve ser usado como base para a cooperação entre os países do Mercosul em defesa e promoção da ordem democrática.

A nota é assinada pelo atual presidente do Parlasul, senador Roberto Requião (PMDB-PR), e pelos deputados e senadores que compõem a representação brasileira no Parlamento do Mercosul.

O Senado paraguaio, que assumiu hoje o papel de um tribunal político, decide na tarde de amanhã (22) o futuro do presidente Fernando Lugo. A partir do meio-dia, Lugo terá duas horas para apresentar sua defesa e, às 16h30 (hora local, 15h30 em Brasília), os senadores vão se pronunciar sobre o processo de impeachment do presidente.

Edição: Aécio Amado