O grupo nacional de docentes universitários do DAP divulgou um texto, dirigido a todas as instâncias do PT, propondo uma luta imediata em defesa das universidades brasileiras, ameaçadas pelas políticas de desmonte, sucateamento e privatização levadas a cabo por Bolsonaro/Guedes. O “Plano de Emergência em defesa das universidades brasileiras” faz um diagnóstico detalhado da situação das universidades e dos centros de pesquisa no Brasil, aponta os avanços realizados pelos governos do PT (e também suas limitações) e os ataques sofridos pelas universidades desde o golpe que cassou o mandato da presidenta Dilma. “Decidimos propor uma contribuição na perspectiva de um ‘plano que possa fazer frente ao conjunto de ataques às universidades que o atual governo patrocina com apoio da maior parte dos governos estaduais do país’”, diz o texto. Veja a íntegra aqui.

Para apresentar esse Plano, o Pauta Brasil, com mediação de Everaldo Andrade, professor da FFLCH-USP e membro do conselho curador da Fundação Perseu Abramo, recebeu Erika Suruagy, Andréa E. M. Stinghen, Joana Aparecida Coutinho e Eudes Baima para falar sobre os vários aspectos envolvidos para as universidades com a volta às aulas ao vivo.

Andréa E. M. Stinghen é presidenta em exercício da Associação do Professores da Universidade Federal do Paraná. Ela falou sobre o corte nos repasses de verbas para o MEC e para a Ciência e Tecnologia: “estamos sendo duramente atacados”, disse a professora, lembrando que o momento é crítico, “apesar da alegria de voltar a rever nossos pares, mas tem o desmonte e o sucateamento das universidades é um problema muito real. Temos que resgatar nossa história que teve tanto sucesso em governos anteriores.

Eudes Baima é professor na Universidade do Estado do Ceará e da coordenação do Fórum Renova Andes e membro do diretório estadual do PT-CE. Para ele, aspectos como as consequências da pandemia, não podem ser diminuídos neste debate. “Os efeitos sobre a educação precisam ser mais estudados, mas 70% das crianças na faixa dos dez anos não consegue fazer o elementar em leitura”, relatou, além do agravamento do domínio das operações elementares em matemática. Para ele, “o presencial é nossa bandeira, mas também queremos um plano de combate à contaminação”.

Joana Aparecida Coutinho é professora na Universidade Federal do Maranhão. Coordenadora do Grupo de Estudos de Hegemonia e Lutas na América Latina. Ela defendeu o uso do passaporte de vacinação no retorno presencial e que a luta seguirá sendo de defesa da universidade pública. “Vivemos resistência do setor administrativo porque pode ter que fechar as portas, sem recursos para pagar contas para poder existir. O modelo de universidade precisa ser debatido”, disse.

Erika Suruagy é professora na Universidade Federal Rural de Pernambuco e da coordenação do fórum Renova Andes. Ela acredita que após a experiência do ensino remoto, “nunca mais vamos abrir mão do ensino presencial. Temos que de alguma forma preparar a universidade para enfrentar a pandemia agora e no futuro”. A professora também falou a preocupação com os desejos privatizantes e de mercado com relação ao ensino e a necessária ação do governo para manter as universidades.

Sobrecarga de trabalho dos professores e precarização do ensino, as diferenças entre ensino remoto e à distância, as desigualdades no ensino, a falta de testagem nas universidades, a presença da Ômicron, os obstáculos para a volta presencial estiveram no Pauta Brasil de hoje. Assista a íntegra aqui.

Pauta Brasil recebe especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates são realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.

O novo programa substitui o Observa Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aqui e acesse a lista de reprodução com os 66 programas.

Obstáculos para a volta presencial e a luta pela universidade pública