O PT de Pernambuco lançou em janeiro deste ano o Forum Metropolitano do Recife, reunindo dirigentes, parlamentares, gestores e militantes das 14 cidades que compõem a Grande Recife, com o objetivo de construir diretrizes conjuntas e uma rede de cooperação em setores importantes como a mobilidade urbana, saneamento ambiental, Sistema Único de Saúde  (SUS), investimentos em distribuição de renda. Tais desafios e potencialidades da região metropolitana ganham mais relevância diante do crescimento econômico de Pernambuco na última década.

Para debater e formular propostas concretas, o Forum vem promovendo encontros na região metropolitana, com a participação de especialistas – já foram realizados debates em Recife sobre o território metropolitano e no município de Paulista sobre o sistema de transporte e mobilidade urbana. Para fevereiro está programado encontro em Cabo de Santo Agostinho para discutir  saneamento ambiental e em março, encontros em Camaragibe sobre o SUS e em Moreno, sobre o desenvolvimento integrado. O deputado federal e presidente do PT de Pernambuco Pedro Eugênio* fala sobre o Forum nesta entrevista ao portal da FPA.

Qual é o significado deste Fórum para o PT de Pernambuco? O que o partido espera com esta iniciativa regional?
Pedro Eugênio – Realizar Fóruns Regionais foi uma decisão da direção partidária a partir da realização do nosso planejamento estratégico. Tem como objetivo discutirmos temas relevantes à administração pública dos municípios, do Estado e da União, divulgar experiências exitosas das gestões petistas, ouvir especialistas, debater como solucionar problemas concretos do ponto de vista da população. No caso da Região Metropolitana, agregamos ainda o desafio de articular soluções abrangentes para problemas que são comuns a todos os municípios. O Partido espera enriquecer o conhecimento que nossos quadros já detêm e os programas de Governo que iremos debater com o eleitorado a partir de nossas candidaturas proporcionais e majoritárias.

Essa organização metropolitana já existiu anteriormente no Estado? Qual foi a inspiração para essa articulação?
Temos larga experiência na realização de plenárias municipais e regionais onde questões de relevo administrativo e/ou político são debatidas. Além disso temos a prática exitosa do orçamento participativo (OP) na maioria dos municípios que governamos, principalmente no Recife, que tem metodologia de deliberação coletiva sobre prioridades da gestão na base territorial. Agora estamos aproveitando este acúmulo de experiências para sistematizar o debate temático visando construir conhecimento coletivo partidário sobre como enfrentar o desafio de responder às necessidades da sociedade para avançarmos cada vez mais no modelo de desenvolvimento com inclusão social que tem sido nossa marca de gestão, inclusive e principalmente nas experiências de governo com Lula e Dilma.

Como os debates serão concretizados em ações tanto por prefeitos e vereadores nas respectivas cidades?
Fazer a transição do debate à prática não tem fórmula pronta para se concretizar, depende muito de como as direções municipais e nossas lideranças locais se posicionarão face ao debate travado. Há sempre o risco de o discurso resvalar apenas para o debate eleitoral imediato, mas algumas práticas ajudam a vencer estes obstáculos. Uma delas é a própria temática que, se bem escolhida (Necessidade de Gestão Metropolitana Compartilhada, Sistema de Transporte e Mobilidade Urbana, Saneamento Ambiental, SUS, Desenvolvimento Integrado) já condiciona a discussão a assuntos que tocam à vida das pessoas e clamam por soluções concretas. Outra prática é a escolha dos palestrantes, gente que conheça o tema e tenha experiências a narrar, soluções a propor. Finalmente, a cada encontro, publicamos textos práticos que possam servir de instrumento de divulgação de conteúdos transformadores e viáveis. Esperamos que assim possamos ajudar ao processo de mudanças permanentes na sociedade, que o PT vem liderando em nosso país.

*Pedro Eugênio também integra o Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo.