Brasileiros encerram 2011 com otimismo em alta
Índice de Expectativas das Famílias de dezembro revela maior confiança na economia do país e menor endividamento
As famílias brasileiras chegaram ao fim de 2011 mais otimistas sobre a situação socioeconômica do país. O Índice de Expectativas das Famílias de dezembro, calculado pelo Ipea, subiu para 67,2 pontos em dezembro de 2011. No mesmo mês de 2010, ele havia fechado em 64,6 pontos. Já em novembro de 2011, o IEF havia ficado em 63,7 pontos. O índice de dezembro igualou a maior expectativa apurada na série – em janeiro de 2011, também 67,2.
A apresentação da 17ª edição do IEF foi realizada pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann, no Escritório Regional da Presidência da República em São Paulo. Ele apontou três fatores que levaram ao encerramento de 2011 com maior otimismo por parte das famílias. “Essa elevação deve-se ao reconhecimento, por parte dos consultados, de que há melhor expectativa no mercado de trabalho e sobre a ampliação da renda, associada a indicadores de aumento do salário mínimo e previsões de redução das taxas de juros. Por fim, outro ponto importante é a redução do grau de endividamento”, explicou Pochmann.
A constatação de que as famílias brasileiras consideram-se menos endividadas parte de uma das perguntas direcionadas, pelo IEF, a moradores de 3.810 domicílios distribuídos por mais de 200 municípios em todas as unidades da federação. Em dezembro, 56,1% das famílias entrevistadas disseram não ter dívidas em relação à renda mensal, um aumento na comparação com novembro, quando o registro foi de 55,6% de consultados na mesma situação.
O destaque nesse item foi o Centro-Oeste, onde não houve famílias que se considerassem “muito endividadas”. Na região Nordeste, 14,6% das famílias classificaram-se como “muito endividadas”. “Desde agosto assistimos a uma trajetória de redução de famílias que tinham dívidas. O segundo semestre de 2011 foi o momento em que as famílias procuraram sair do endividamento. Em dezembro, provavelmente usaram o 13º salário ou o fato de haver mais de uma pessoa com renda na família para pagar dividas contraídas”, afirmou o presidente do Ipea.
Situação financeira
A maior parte dos entrevistados também acredita que está em situação melhor que há um ano: 78,2%. Nesse item, novamente o Centro-Oeste aparece com maior otimismo (88,1%), enquanto o Nordeste apresenta o maior pessimismo (21,4%). Quando a pergunta é sobre a expectativa para a situação financeira familiar daqui a um ano, o Norte mostra-se mais animado, com 94,3% esperando dias melhores. Já no Nordeste, 10,8% acham que estarão em um momento pior.
Em relação ao futuro da economia brasileira, 64,4% disseram crer em uma situação melhor daqui a um ano, e 60,2% afirmaram o mesmo sobre os próximos 5 anos. O IEF traz, ainda, as impressões das famílias sobre o momento para consumir bens de maior valor e opiniões relativas ao mercado de trabalho. A análise também é feita de acordo com a escolaridade e o nível de renda dos entrevistados. O Índice de Expectativas das Famílias utiliza o método de amostragem probabilística para garantir ma margem de erro de 5%, com um nível de significância de 95% para o Brasil e para as cinco grandes regiões.
Um extrato da pesquisa pode ser consultado na página do IPEA