O programa Pauta Brasil desta segunda-feira, 2 de agosto, reuniu especialistas para discutir as consequências vividas pelo mercado de trabalho pós reforma trabalhista de 2017. Para o economista Marcelo Manzano, “reforma que nem salvou a economia nem a dinamizou” mas criou dificuldades grandes para os trabalhadores e trabalhadoras.

O programa teve como centro os dois volumes do livro “O trabalho pós reforma trabalhista (2017)”, organizado por José Dari Krein, Marcelo Manzano, Marilane Oliveira Teixeira e Patrícia Rocha Lemos, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Rede de Estudos e Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista (Remir).

José Dari Krein e Marilane Teixeira, com mediação de Marcelo Manzano, falaram sobre os dois volumes que disponíveis para os interessados aqui

No dois volumes sobre “O Trabalho” e “Negociações Coletivas” pós-reforma trabalhista de 2017, há um sólido caminho de reflexão sobre a concepção, implementação e, principalmente, sobre os resultados das mudanças ocorridas no mundo do trabalho, no Brasil, a partir da aprovação da Lei nº 13.467 de 2017. A extensa obra reuniu pesquisadores do trabalho de várias instituições brasileiras, sob coordenação do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Unicamp (Cesit-IE/Unicamp), da Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (REMIR) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Ao longo de seus vários capítulos, aborda os impactos da reforma trabalhista sobre a economia e sobre o mercado de trabalho, os efeitos sobre a dinâmica da estrutura ocupacional, do emprego e da desigualdade salarial no Brasil, assim como o avanço das formas de contratação flexíveis, o teletrabalho, plataformas digitais, alterações na jornada de trabalho, impactos sobre o movimento sindical, nas negociações coletivas e sobre as instituições públicas do trabalho, entre outros. 

José Dari Krein é professor do Instituto de Economia da Unicamp, diretor do Cesit/IE – Unicamp e coordenador da Remir. Para ele, reformas trabalhistas são muito usadas em momentos de crise no mercado de trabalho. “A política de salário mínimo foi eliminada, com efeito em toda estrutura, e avançam as formas de remuneração não salariais idealizadas pelas propostas ultraneoliberais”, disse. Ele também apontou “sua preocupação com as dificuldades para criação de novas oportunidades de trabalho”.

Marilane Teixeira é economista e também integra o grupo de pesquisadores do Cesit/IE- Unicamp. “Toda discussão da reforma trabalhista argumentava que seria melhor inclusive para segurança e melhores condições de trabalho. O resultado é que desde 2017 o número de pessoas assalariadas só vem caindo e a informalidade cresceu porque foi favorecida pelo enfraquecimento dos sindicatos e da própria Justiça do Trabalho”, contou. Para ela, é fundamental a revogação da reforma trabalhista.

Marcelo Manzano é economista e pesquisador do Cesit/IE – Unicamp, assessor da Fundação Perseu Abramo.

Tempo do trabalho e valorização da saúde, a fragilização do sindicalismo, ampliação da terceirização, novas formas de contratação e a pejotização da força de trabalho nacional foram comentados no Pauta Brasil. Assista a íntegra do programa aqui.

Pauta Brasil receberá especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates serão realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.

O novo programa substitui oObserva Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aquie acesse a lista de reprodução com todos os 66 programas.

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