Democracia, mulher e política
Reconhecimento da importância da política entre as mulheres subiu de 70% para 80% entre 2001 e 2010 (muito importante foi de 38% a 52%) – taxas semelhantes às observadas entre os homens hoje (respectivamente 82% e 57%).
De 2001 a 2010 a percepção entre as mulheres de que a política tem influência sobre suas vidas pessoais subiu de 55% para 63% (para 27% influi muito), mas também cresceu (de 56% para 64%) a sensação de que elas não têm influência sobre a política.
Entre os homens 76% reconhecem hoje a importância da política em suas vidas (para 37% influi muito) e 54% acham que a recíproca não é verdadeira, que eles não têm influência sobre a política.
Subiu de 47% para 63% entre 2001 e 2010 a avaliação de que “a democracia é sempre melhor que qualquer outra forma de governo” – opinião que chega a 72% entre os homens hoje.
De 2001 a 2010 oscilou negativamente de 75% para 70% a concordância das mulheres com a frase de que “a política seria bem melhor se tivessem mais mulheres em postos importantes”; só 15% discordam (antes 16%). Entre os homens hoje a concordância cai para 49% e discordam 26%.
Subiu de 59% para 78% entre 2001 e 2010 a avaliação das mulheres de que elas “estão preparadas para governar” em qualquer instância de governo (municípios, estados e o país) – opinião que em agosto de 2010 era partilhada por 76% dos homens.
Frente a uma lista de dez “características que as pessoas podem ter”, indagadas se votariam em alguém com tais atributos, “em uma candidata mulher” dividiu a liderança no ranking de ‘poderia votar’, junto com “em um negro ou uma negra”, ambos com taxas acima dos 90% – tanto entre homens, como entre as mulheres.
Entre ‘nunca’ e ‘dificilmente votaria’, manifestaram predisposição a não votar:
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em um gay ou em uma lésbica, 33% das mulheres e 40% dos homens;
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em um candidato favorável ao reconhecimento da união civil para homossexuais 43% e 52%, respectivamente,
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em alguém que “participou da luta armada contra a ditadura” 46% e 39%;
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em alguém a favor da pena de morte 57% e 50%;
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em praticante de umbanda ou candomblé 62% e 60%;
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em um candidato “a favor da legalização do aborto” 73% e 76%;
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em alguém “que não acredita em Deus, que é ateu”, 77% e 74%;
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em um candidato “a favor da legalização da maconha” 81% e 77%.
Em agosto de 2010, antes do início da campanha eleitoral presidencial na TV e no rádio, uma em cada três eleitoras (34%) e um em cada cinco eleitores homens (20%) ainda não sabiam que Dilma era a candidata de Lula
Ainda assim, Dilma já vencia Serra em todos os cenários: nas intenções de voto espontâneas, por 21% a 16%, entre as mulheres, por 33% a 18% entre os homens; na estimulada para o 1º turno, por 35% a 30% (e 13% da Marina) entre as mulheres, por 44% a 29% (e 9% da Marina) entre os homens; e na simulação de um 2º turno por 41% a 37% entre as mulheres, por 48% a 33% entre os homens.
As principais razões de voto em Dilma, espontaneamente declaradas entre eleitores de ambos os sexos, referiam-se à continuidade do governo Lula e a seu apoio. Mas uma em cada cinco eleitoras (22%) declarava votar em Dilma por ela ser mulher – argumento de um em cada vinte homens (5%).