O Pauta Brasil nesta sexta-feira (11) trouxe um tema muito importante que permanece como tabu para a sociedade brasileira: a aprovação do PL 399, que regulamenta o Uso Medicinal da Cannabis. O programa teve a participação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que atua na tramitação do Projeto de Lei e enfrente muita resistência no Congresso Nacional. Teixeira afirma que o tema do uso medicinal da maconha é feminino, pois diz respeito a empatia, cuidado e respeito à vida. “Nesta semana, aprovamos o projeto na Comissão Especial, em um debate difícil que envolveu até o presidente da República. Trocaram sete membros da comissão, mas foram derrotados”, relata o deputado. Eunice Assunção da Silva veio de uma cultura na qual cannabis sofria muito preconceito. Cuidava da neta, Estela, porque a filha não tinha condição, teve depressão pós parto. “Ela ficava feito uma morta viva, não andava nem falava. Meu último recurso foi ver o que seria a tal da maconha, fui com coragem ao curso do Padre Ticão, que abriu meu coração e minha mente e saí maravilhada”, diz. Sua neta precisa de THC porque convulsiona com dor, tinha mais de 50 convulsões por dia apesar do uso de muitos medicamentos e ia dia sim dia não para o pronto socorro. A partir da terapia com cannabis obteve grande melhora. “Passamos a pandemia sem ter de ir nenhuma vez ao Pronto Socorro, e agora minha filha cuida da Estela, eu pude até voltar ao trabalho”, conta. Evangélica e filha de militar, Andreia Rodrigues também chegou ao curso do Padre Ticão cheia de preconceitos. Hoje ela diz que o óleo da maconha salva vidas, e foi ele que salvou a de suas duas filhas, gêmeas, Isadora e Isabela. “Meu preconceito, por ser evangélica, me impedia de ir atrás dessa terapia. Mas daí soube que maconha poderia ser bom para ela. A gente não tinha vida, vivia em hospital”, lembra. Devido a uma parada cardíaca provocada por um erro médico, Isabella foi dada como morta e hoje está praticamente andando. O pai de Andreia tem Parkinson, teve AVC, ficou acamado e hoje está andando e falando por causa do novo tratamento. “Maconha é coisa de Deus. A erva é uma planta, cada um usa como acha que deve ser. No uso medicinal, foi um resultado maravilhoso. Por isso hoje sou uma militante”, diz. Já Filipe Barsan Suzin relata que seu pai, com Alzheimer, e ele mesmo, com leucemia, tiveram grande benefício por uso da maconha. “Quando inicia parece filme, tamanha a melhora que é vivenciada. Por isso vejo o quanto precisamos gritar e contar nossas histórias. É uma terapia muito importante e eficaz para doenças neurodegenerativas. Tentei começar em 2013, mas o preconceito barrou, tanto da minha família quanto o médico. Quando achei que já tinha perdido meu pai, era um vivo-morto, ficou agressivo, perigoso, começamos a usar o óleo e poucos dias depois um resultado inacreditável. Só acredito porque filmei”, relata. Adriana Muniz Carvalho Pereira, mãe de Raíssa de 13 anos, conta que por erro médico sua filha sofreu traumatismo craniano no momento do parto e desenvolveu-se com crises epiléticas, com atrofia de crânio. Profissional de multinacionais, ela foi mãe aos 30. Teve de parar trabalhar para cuidar da filha. “Ela tomava uma série de medicamentos, inclusive um que acaba com o fígado. Quando precisamos ampliar o uso de remédios, tinha 30 crises por dia”. Ela já conhecia e admirava o Padre Ticão, por isso, quando recebeu informações sobre os benefícios da cannabis superou o preconceito. A partir de então, sua filha passou a fazer uso de dois cannabinóides, THC e CDB, e ela melhorou muito. “Mandei a criança para a escola sem poder revelar às pessoas o que ela estava usando. Duas semanas depois, a professora perguntou: ‘o que fez com Raíssa’, porque as crises cessaram e ela havia ficado muito mais calma. E começamos a tirar os remédios convencionais. É um benefício muito maior do que qualquer pessoa possa imaginar, a melhora da minha filha é indescritível”, concluiu. Assista ao programa completo neste link.

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