O programa Pauta Brasil da quarta-feira, 19 de maio, recebeu Fernando Sarti, Marina Szapiro, Uallace Moreira, com mediação da professora da Universidade Federal do Rio Janeiro, Esther Dweck, para discutir quais são as necessárias políticas industriais, tanto para o futuro como as que possam ser implementadas já.

Fernando Sarti é professor do Instituto de Economia da Unicamp nos cursos de economia internacional e microeconomia. Para ele, “dificilmente avançamos na política industrial e tecnológica sem o Estado atuante. Olhando para o futuro, temos que responder sobre qual estrutura produtiva queremos, qual indústria desejamos, para o que ela irá servir?”.

Sarti listou cadeias produtivas e estruturas que “garantam a soberania e autonomia brasileira e reduzam a vulnerabilidade do país. E outra funcionalidade da estrutura produtiva seria a sua relação com questões sociais como emprego, moradia, transporte ou logística. São questões que a sociedade tem que decidir.”

Para ele, dois desafios fundamentais são “que vivenciamos hoje escalas produtivas fantásticas, que têm impacto muito forte no preço e na competição agressiva, o que é um problema a mais para os ativos industriais, e outro vetor importante é a revolução tecnologia que observamos no mundo”.

Marina Szapiro é professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e considera o tema oportuno. “O debate é sobre o papel do Estado e temos um contexto a partir da pandemia em que há certo consenso de autonomia produtiva e inovativa em áreas estratégicas. Há um reconhecimento crescente dos países terem autonomia e fica claro com as dificuldades que temos hoje para insumos e medicamentos”.

Ela também questiona qual seria a política industrial que queremos e alerta que “o próximo passo é o novo papel do Estado, capaz de responder aos novos desafios.

Uallace Moreira é professor de economia na Universidade Federal da Bahia. Ele fez um apanhado da ação estatal de alguns países, mostrando que há um novo padrão tecnológico em andamento. “Uma das tendências é a maior presença do Estado, com intervencionismo para dar densidade à cadeia produtiva, características da indústria 4.0”, relatou.

O professor citou também políticas promovidas pelos governos do PT que serviram de apoio para a indução da tecnologia e investimentos. “É estratégico e relevante o Estado agir”, disse, lembrando ações do governo Biden como exemplo.

Uallace e os demais professores afirmaram a importância de políticas estratégicas e as estruturas produtivas necessárias. No contexto atual, a área de saúde e medicina seriam primordiais. O tema do emprego, desenvolvimento tecnológico e políticas industriais, inovação e mobilidade urbana, assim como o perfil da burguesia industrial brasileira e o fortalecimento do mercado doméstico fizeram parte das exposições também.

Assista a íntegra do Pauta Brasil aqui.

 

Pauta Brasil receberá especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates serão realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.

O novo programa substitui o Observa Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aqui e acesse a lista de reprodução com todos os 66 programas.

`