O último pronunciamento de Dilma Rousseff após a confirmação do golpe abriu o programa Pauta Brasil desta quarta-feira, 12 de maio. Nele, Dilma Rousseff foi categórica: “não há não há nada mais desumano do que condenar um inocente. Tenho orgulho de ser a primeira mulher eleita presidenta do Brasil, honrei os votos que recebi”.

Pauta Brasil relembrou o momento triste da história do país, quando há cinco anos, por meio de golpe midiático-jurídico, a presidenta democraticamente eleita, Dilma Rousseff, foi afastada da Presidência. O programa recebeu Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, e a ex-presidenta Dilma Rousseff, com mediação de Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo.

Dilma foi vítima de uma farsa política e jurídica, foi julgada sem ter cometido crime. Michel Temer assumiu e desde então o país vem cambaleando e a população sofrendo os efeitos do golpe, que, como disse a ex-presidenta, “não tinha só a intenção de destituir a presidenta, queriam na verdade proibir a execução do programa de governo escolhido por votos majoritários dos 54 milhões de brasileiros e brasileiras”.

Nunca aceitei chantagem de nenhuma natureza. Posso ter cometido erros, mas nenhum crime. Fiz o que a lei me autorizava fazer. A luta pela democracia não acaba aqui”, falou.

Mercadante relembrou o fato de o golpe ter levado o Brasil até a situação que vivemos hoje, com um “governo obscurantista e negacionista” e toda conjuntura de destruição, pobreza e pandemia. Também apresentou dados sobre a situação do país durante os governos do PT e o processo do golpe, que para ele, “começa antes de Dilma tomar posse, em 2014”.

Gleisi falou sobre o momento difícil que levou até o golpe, os atrasos, os retrocessos, “a escalada autoritária que temos com esse presidente da República. Mas temos muito orgulho de ter eleito a primeira mulher presidenta, fazemos essa homenagem em nome de todas as mulheres, que sofrem muito na política. O golpe também foi contra uma mulher, foi um golpe machista”, disse.

Direto do México, onde foi homenageada com título de cidadã honorária, Dilma Rousseff festejou mais uma vitória contra um misógino, se referindo ao processo que Gleisi venceu contra Augusto Nunes. A ex-presidenta é sempre serena ao comentar a injustiça que sofreu. Sua visão sobre o que ocorreu é bastante objetiva: “queriam tirar o povo do orçamento, tirar o povo da decisão. O golpe de 2016 – e sua continuidade – é para enquadrar o país no neoliberalismo mundial”.

Dilma ainda comentou sobre a lógica por trás da prisão do ex-presidente Lula, “o segundo ato do golpe”. “Como ele ia ganhar a eleição, não bastava prender, tinham que proibir a fala dele, pois poderia ajudar nosso candidato Fernando Haddad, que foi vítima da maior campanha de fake news da história”.

Dilma fez uma análise da conjuntura, falou sobre a união da esquerda e a necessidade de vacinas para todos. Também comentou sobre “o caminho de esperança que se abre contra o golpe, no campo popular, com uma alternativa de poder e a devolução dos direitos políticos a Lula. Mas temos de derrotar a pandemia, precisamos de vacinas para todos, sem isso não voltam os empregos nem a democracia”.

A ex-presidenta ainda relatou as comemorações das quais irá participar e detalhes sobre a cultura mexicana e a civilização asteca e temas como o Acordo de Paris, o projeto brasileiro de redução de gás estufa: “fomos fundamentais para o acordo do clima, foi quando Obama nos ligou para agradecer nossa contribuição”, relatou. “Tínhamos legitimidade”.

Ela encerrou sua participação defendendo novos encontros, temáticos, para abordar todos os temas relativos aos cinco anos do golpe.

Assista a íntegra do programa Pauta Brasil com Dilma Rousseff aqui.

 

Pauta Brasil receberá especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates serão realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.

O novo programa substitui o Observa Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aqui e acesse a lista de reprodução com todos os 66 programas.

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