A mediação do Pauta Brasil desta quarta-feira foi do deputado Nilto Tatto, secretário nacional de mio ambiente do PT e do NAPP Ambiental da Fundação Perseu Abramo. O programa discutiu os acordos comerciais, os interesses dos Estados Unidos e as questões ambientais da Amazônia. Tatto iniciou lembrando as mortes por Covid-19 e a responsabilidade de Bolsonaro e elencou os motivos para a importância da Amazônia. “Ela é grande e é por isso que temos que estar atentos”, disse.

A deputada Rosa Neide coordena a comissão externa para acompanhar as queimadas nos biomas, e lamentou a situação brasileira. “Há um esforço para que possamos participar de forma altiva e perceber o papel da Amazônia brasileira. Temos que estar atentos, temos muita destruição no país e as medidas protetivas devem ser discutidas dia a dia, não podemos nos encolher”.

Rosa Neide defendeu a importância das lutas, “o povo amazônida tem muito a dizer, e esse governo não tem condição de negociar nada interessante para nós, ele quer ver a Amazônia reduzida a pó. Bolsonaro quer enfraquecer o controle ambiental, vender terras indígenas para agricultura de larga escala, financiar conflitos. Estamos vendo a passagem da boiada”, disse.

A deputada demonstrou preocupação com a péssima imagem do país no exterior, “somos motivo de chacota”, o fechamento de entrada de brasileiros em países como a França em função da pandemia e sugere que as empresas devem repudiar produtos que sejam fruto de desmatamento e destruição da Amazônia: “é nosso papel parlamentar apoiar todos que lutam e que defendem o meio ambiente”.

Rômulo Batista é biólogo e “apaixonado pela Amazônia”, coordenou o projeto de desmatamento e queimadas do Greenpeace Brasil. “A maior bacia de água doce do mundo, lugar de maior biodiversidade do planeta, um significado enorme”, correndo risco de desmatamento e destruição de variadas espécies para favorecer a “grande agricultura”.

Batista chama a Amazônia de ‘coração do mundo’ devido sua importância para todo desenvolvimento, sendo a grande “irrigadora da América Latina e, além disso, ocupada por vários povos indígenas”. Ele apresentou números de 2019: queimadas em área acima de 72 mil quilômetros quadrados, dez milhões de campos de futebol queimados na Amazônia legal brasileira” e denunciou o desmonte dos órgãos de controle e fiscalização.

Rômulo Batista lembrou que o Brasil já foi exemplo, com queda de desmatamento e plano de mudanças climáticas. “Esse governo tem uma política antiambiental e são várias notícias mostrando que outros países já falam em economia verde, baseada no cuidado com o meio ambiente. As mudanças climáticas serão tão avassaladoras quanto a pandemia. Ao não defender a Amazônia perdemos inclusive nos acordos comerciais”, alertou.

Airton Faleiro é deputado federal (PT/PA), vice-líder PT na Câmara, vice-presidente da Comissão de Cultura da Câmara, coordenador do Fórum Amazônia. Para ele, o bolsonarismo e a ação deste governo são uma ameaça não só no que se refere à pandemia. “Ele tem uma estratégia clara de ataque aos territórios indígenas e às unidades de conservação criadas nos governos anteriores. E também promove o desmonte dos órgãos que protegem o meio ambiente”, disse.

“A Amazônia é importante para além do equilíbrio climático, ela é uma área que permite pensarmos do ponto de vista da saúde humana e do planeta, da diversidade, do potencial inclusive econômico que a região tem não só para quem mora lá, mas para o planeta. Existe uma esperança”, acredita Faleiro.

Ele defendeu que precisamos de governos comprometidos, com “responsabilidade e capacidade de indução de uma economia adequada à Amazônia. O que se espera, inclusive no plano internacional, é entender o cenário de expansão do consumo de alimentos e a busca de novas áreas para produção”. A Amazônia e o Cerrado são foco de interesse dessa expansão, e para ele é fundamental acompanhar os debates do governo Biden com Bolsonaro, entender o que está sendo discutido e falou sobre as mobilizações que ocorrem amanhã. “Não só o Congresso, os parlamentares, mas também várias entidades sociais e ambientais discordam do método de fazer um acordo de portas fechadas. Bolsonaro não fala pelo povo da Amazônia, é inimigo do meio ambiente, responsável por essa tragédia genocida que é a pandemia. Ele não nos representa”.

Assista a íntegra do Pauta Brasil aqui.

Pauta Brasil receberá especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates serão realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.

O novo programa substitui o Observa Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aqui e acesse a lista de reprodução com todos os 66 programas.

 

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