Vacinas para todos e Estado forte são a cura da economia
Eduardo Moreira foi o convidado do Pauta Brasil desta quarta-feira, 24 de fevereiro, mediado pelo presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante. O engenheiro Eduardo Moreira tem grande audiência em seus canais nas redes sociais, é autor de dez livros sobre economia e finanças, e abordou os caminhos, os cenários e desafios deste momento.
Sobre a pandemia, Moreira acredita que o Brasil não fez nada certo e isso “significou perdas humanas”. Ele alertou sobre os resultados de pesquisa australiana que coloca o país no último lugar no ranking de países no combate à Covid-19.
Para analisar a economia, ele explica que “Bolsonaro e Guedes, juntos, geraram o maior nível de incerteza já visto até. E com incerteza a economia não avança. Ao invés de tentar gerar alguma previsibilidade, ele joga mais incerteza. Os servidores públicos, doze milhões de pessoas, não sabem o que será deles nos próximos doze meses, trabalhadores das empresas a mesma coisa. Ninguém investe numa situação dessas”, disse Moreira.
Para ele, “por mais que se diminua a taxa de juros, o ministro da Economia é extremamente incompetente e constantemente desautorizado. Estamos vivendo as consequências das escolhas erradas desse governo”, lembrando também que falta coordenação da União, seja para enfrentar a pandemia como para os temas econômicos.
A financeirização da economia, os 27 milhões de brasileiros na pobreza extrema, a ausência do Estado e instabilidades criadas com países produtores de vacinas foram assuntos do programa. “Ao invés de abrir o leque, o governo não teve capacidade de se antecipar, co-patrocinador deste desastre”, falou Mercadante, lembrando também que sem vacina, sem saúde, não há como salvar a economia.
Moreira lembrou que Paulo Guedes, no início da pandemia, não queria nenhum auxílio para a população. “Ele na verdade não defendia nem o direito ao emprego”, falou. “O Estado não cuida das pessoas, quer cuidar de quem não precisa de cuidado, como no caso dos bancos. O sonho dos neoliberais é que tudo que ganhar é meu, quando eu perder, eu corro para o Estado e ele divide o prejuízo com as pessoas mais pobres”, lamentou.
“O Estado é um canal por onde fluem recursos. Ele pode escolher onde esses recursos vão parar. Tiramos muito mais dos pobres do que dos ricos. O Brasil é ‘nós versus eles’ desde a escravidão. O Auxílio Emergencial é para comprar arroz e feijão, ao contrário dos que se beneficiam dos juros”, disse. A conta fecha, segundo ele, se a lógica da tributação for outra.
Mercadante abordou ainda a luta pela reforma tributária e as propostas da Fundação Perseu Abramo e da bancada do PT, o golpe contra a presidenta Dilma e todas ilegalidades relacionadas também com o julgamento injusto do ex-presidente Lula e também os interesses relativos à política de preços da Petrobras, pré-sal e setor elétrico, assim como as graves consequências das privatizações.
Para Moreira, “sem energia não há economia” e acredita que defender a Petrobras é manter a riqueza dentro do país. “Quando a Petrobras direciona a produção para várias cadeias ela faz com o que o dinheiro fique no país. Somos o país potencialmente mais rico mas para a riqueza ficar aqui só industrializando”, disse.
Assista a íntegra do Pauta Brasil aqui.
Pauta Brasil receberá especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates serão realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.
O novo programa substitui o Observa Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aqui e acesse a lista de reprodução com todos os 66 programas.