“A unidade do movimento é a nossa arma. Está claro, companheiros?”

Este ano Luiz Gushiken completaria 70 anos. O Centro Sérgio Buarque de Holanda rememora, na data de seu falecimento, ocorrido em 13 de setembro de 2013, um momento importante da construção do movimento sindical no país, com atuação de Gushiken à frente do Sindicado dos Bancários de São Paulo.

Há 35 anos atrás, o número 13 do Boletim Nacional do PT anunciava a primeira greve nacional de uma categoria no país, ainda durante o regime militar. A categoria bancária demonstrava unidade e capacidade de mobilização, com paralisações simultâneas em diversos estados da federação. Gushiken analisa a construção do movimento sindical desde 1979 até ali, 1985. A principal mensagem e aprendizado da classe, a partir desta experiência, é, segundo a liderança, a necessidade de unidade da categoria na luta, além da organização, mobilização e quebra do isolamento, a partir da sensibilização da população e do diálogo com representantes do Estado em seus diversos poderes.

Gushiken, um dos fundadores do PT, viria a se tornar presidente do partido quatro anos depois desta notícia, em 1988. Foi eleito deputado Constituinte em 1986 e Deputado Federal pelo estado de São Paulo por dois mandatos consecutivos, exercendo a função entre 1991 e 1999. Além de presidir o PT de 1988 a 1990, também foi Coordenador de Campanha de Lula em 1989 e 1998, ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula e teve ampla participação na vida partidária e política do país.

Nos anos 2000, Gushiken foi alvo de perseguição política num dos processos associados ao chamado “Mensalão”. Foi absolvido em 2012 por inexistência de provas contra ele. A editora Abril foi sentenciada a indenizar a família de Gushiken por matérias difamatórias publicadas na revista Veja no mesmo período. Esta trágica passagem de sua vida é um capítulo da história de perseguição às lideranças petistas que ocorre desde o início da história do partido, tendo se intensificado após a chegada de Lula à presidência em 2002, envolvendo grandes empresas de comunicação e parcela do judiciário brasileiro.

Créditos: Vera Jursys. Acervo: CSBH/FPA

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