Em 2017 a Fundação Perseu Abramo tentava explicar os rumos do Brasil. Aapesar da piada muito comum nas redes sociais de que não somos “um país para iniciantes”, a produção do livro Planejamento Governamental e Finanças Públicas no Brasil Contemporâneo – Perspectivas críticas ao financiamento do desenvolvimento no século XXI, pretende traduzir um pouco os caminhos do país que levaram ao golpe que arrancou a eleita Dilma Rousseff da Presidência da República.

Organizado por José Celso Cardoso Jr., a publicação tem artigos de Bráulio Santiago Cerqueira, Carlos Eduardo Santos Pinho, Sérgio Guedes Reis, Thiago Rabelo Pereira e Vinícius Leopoldino do Amaral.

O economista e então presidente da FPA, Marcio Pochmann, no prefácio do livro, explica que ele “oferece um importante esforço analítico que torna mais inteligente a abordagem sobre o que tem acontecido no Brasil nas duas primeiras décadas do século 21 e que terminaram se afunilando no golpe de 2016”.

Sob a organização de José Celso Cardoso Jr. e acompanhado de cinco excelentes estudos, o livro “Planejamento Governamental e Finanças Públicas no Brasil Contemporâneo: perspectivas críticas ao financiamento do desenvolvimento no século XXI”, editado pela Fundação Perseu Abramo, constitui uma contribuição significativa e necessária ao bom e inteligente debate sobre a situação no Brasil herdada do golpe de 2016. Para tanto, o livro contempla uma interessante reflexão a respeito da fase nacional que se antecipou à ruptura democrática, segue Pochmann.

Na Introdução, José Celso Cardoso Jr. explica que “o projeto golpista de desenvolvimento, se é que se pode chamar de desenvolvimento o ideário liberal-conservador ora em curso no Brasil, deixa claro que a discussão não é tanto saber se a Constituição de 1988 cabe ou não cabe no orçamento nacional. Muito mais importante a constatar é que a própria sociedade brasileira, em sua heterogeneidade, diversidade, desigualdades, pluralidade e necessidades, enfim, é esta que definitivamente não cabe no projeto golpista”.

Os artigos abordam a ruptura democrática a partir de temas como a reforma do Estado, propostas de combate à corrupção, orçamento público, os investimentos da Petrobras, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o financiamento do desenvolvimento no Brasil, orçamento participativo e políticas sociais.

Boa leitura.

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