“Como a pandemia atinge a população negra” é o tema do programa Observatório da Coronacrise que vai ao ar amanhã, 13 de maio, às 19h, com a participação do presidente do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo (FPA) e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, da ex-ministra da Igualdade Racial Nilma Lino Gomes, da deputada federal pelo PT-RJ Benedita da Silva e do secretário nacional de Combate ao Racismo do PT, Martvs das Chagas. O debate será transmitido pelas redes sociais da FPA, Haddad, Dilma Rousseff, 247, DCM e Revista Fórum.

Após 132 anos da abolição inconclusa, negros e negras continuam sofrendo com as consequências do racismo institucional na sociedade brasileira, e essa situação foi muito agravada após o início da pandemia de coronavírus.

A população negra é maioria nas favelas, onde não há condições básicas de higiene nem espaço físico para isolamento social. Compõe também a maioria dos trabalhadores informais, afetados drasticamente pela atual crise econômica, e dos que estão nos presídios expostos a riscos altíssimos de contaminação, sem condições mínimas de assistência.

Exemplo disso são os dados do boletim epidemiológico quinzenal sobre a pandemia de Covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, publicado em 30 de abril, que indicam que as taxas de mortalidade associadas a esse diagnóstico na capital paulista apresentam uma distribuição racial desigual na população.

Na população branca, essa taxa é de 9,67%; na população parda, a taxa sobe para 11,88% e, na população preta, a taxa alcança escandalosos 15,64%. Ou seja, a chance de uma pessoa preta morrer em consequência da COVID-19, na cidade de São Paulo, é 62% maior do que a de uma pessoa branca morrer por essa mesma razão.

O programa vai abordar a ausência de políticas públicas nos últimos anos, que ajudou a ampliar essa desigualdade racial, e iniciativas que devem ser tomadas para minimizá-la imediatamente.

 

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