Pela primeira vez na história o 1º de maio – Dia dos Trabalhadores – será virtual no Brasil e em muitos países do mundo. Em função da pandemia do novo coronavírus, este ano os trabalhadores brasileiros, que tem motivos de sobra, não poderão ir às ruas juntos lutar por seus direitos.

A luta dos trabalhadores nos 1º de maio já acarretou conquistas históricas como mostra o jornal Em Tempo nº 127, arquivado pelo Centro Sérgio Buarque de Holanda, de 1981, com a vitória dos trabalhadores na Volks. Em 1986, ano em que a data completou 100 anos, o PT distribuiu um boletim especial narrando a história dos 1º de maio pelo mundo. E também um cartaz histórico chamando para a Vila Euclides em 1980 em meio a greve dos trabalhadores do ABC.

Relembre 1º de maio históricos no Brasil:

1939
Getúlio Vargas assina importantes decretos na sacada do palácio do Trabalho (sede do Ministério do Trabalho), diante de 100 mil trabalhadores. Durante a cerimônia, desfilam, empunhando estandartes e dísticos, os representantes dos sindicatos do Distrito Federal, além de delegações sindicais dos estados Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. O desfile dura duas horas.

1940
Decreto institui o salário mínimo e presidente anuncia medida na festa de 1º de maio. Getúlio baixa decreto determinando que todo trabalhador brasileiro, sem distinção de sexo, tem direito a um salário mínimo mensal que deve satisfazer, segundo o texto do decreto, “às suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte”.

2007
Mais de 1,5 milhão de trabalhadores participaram de atos organizados por centrais sindicais em São Paulo. No palanque da Central Única dos Trabalhadores (CUT), os discursos são marcados por protestos contra a ameaça do Congresso de derrubar o veto do presidente Lula à Emenda 3 da Lei nº 6.272/2005 (a Lei da Super-Receita).

O presidente Lula vetou a Emenda 3 por perceber que ela abriria brechas para o descumprimento da legislação trabalhista: o empregador deixaria de assinar a carteira de trabalho de um potencial funcionário, compelindo-o a abrir mão de direitos como férias, 13º salário e outras garantias, para fundar uma microempresa.

Além disso, o dispositivo poderia incentivar fraudes, como a criação de falsas cooperativas de trabalho. E pior: por dificultar a ação dos fiscais, as denúncias de trabalho escravo talvez não viessem a público.