Na quarta-feira, 8 de abril, o candidato à nomeação democrata para disputar a eleição presidencial em novembro, Bernie Sanders, desistiu de sua candidatura. Assim seu oponente, Joe Biden, permanece como o único nome nas primárias ainda por se realizarem e na convenção nacional que foi adiada para o mês de agosto em função da pandemia do coronavírus.

Sanders anunciou que não havia mais uma trilha realista para que pudesse conquistar a nomeação, mas que seu nome permanecerá nas cédulas de votação nas próximas primárias com o intuito de chegar à convenção nacional com alguma força para influenciar o programa eleitoral dos democratas, particularmente, sobre dois temas que foram o mote de sua campanha: saúde e educação gratuitas para todos.

Embora ele não tenha endossado a candidatura de Biden, declarou que se trata de um homem decente com quem trabalhará para derrotar Donald Trump, o candidato republicano à reeleição.

A campanha de Sanders começou bem com várias vitórias iniciais, porém Biden conseguiu reverter o quadro, principalmente, nas primárias da “super terça”, quando venceu em dez dos catorze estados em disputa. Assim, permanece com quase quatrocentos delegados à frente de Sanders, vantagem difícil de ser revertida, ainda mais com a desmobilização provocada pela pandemia do coronavírus. Além disso, os demais candidatos democratas que foram desistindo passaram a apoiar Joe Biden por pressão do establishment democrata, com exceção de Elisabeth Warren, que, ao abandonar a campanha, não anunciou apoio a nenhum dos que permaneceram.

De qualquer forma, Bernie Sanders conseguiu empolgar os jovens e o eleitorado latino e inaugurou uma forma diferente de arrecadação de finanças desde sua candidatura em 2016, sem a participação dos grandes doadores, e que na atual atingiu cerca de cem milhões de dólares. Além disso, sua plataforma social democrata foi bem aceita pela sociedade, e vários grupos dos quais participa no campo político se fortaleceram, a exemplo dos “socialistas da América”, entre outros.

Resta saber se o processo que se inicia agora levará à unidade do Partido Democrata em novembro, fundamental para derrotar Donald Trump, pois muitos apoiadores de Sanders disseram que se ele não for o candidato não irão votar, o que coloca uma grande responsabilidade sobre Sanders, Biden e o Partido quanto ao conteúdo do programa eleitoral.

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