Ditadura, nunca mais!
No dia 31 de março de 1964, um golpe militar interrompeu o processo democrático iniciado pela Constituição de 1946 e instalou uma longa e brutal noite de terror. Hoje, 56 anos depois, com um militar eleito na Presidência, uma comunicação oficial do governo celebra o horror: “O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira.”.
Veja a Revista Perseu “Os militares e a política”, sobre o forte papel dos militares ainda hoje na política.
Para que não se esqueça e nunca mais aconteça, é importante relembrar o que aconteceu naquele ano e nos 21 anos que se seguiram sob regime militar.
O golpe de 1964 foi a maior tragédia da história política brasileira. Centenas de milhares de pessoas foram presas e dezenas de milhares torturadas. Mais de 400 brasileiros foram mortos pelos órgãos de repressão – e muitos deles figuram como desaparecidos até hoje. Os direitos de expressão, manifestação e organização foram suprimidos.
O CSBH guarda em seu acervo o artigo “O PT sob as lentes do DEOPS/SP: catálogo seletivo da série Dossiês (1977-1983)”, da Revista Perseu, que dá um panorama sobre o período de perseguição e repressão.
O golpe investiu também contra os direitos e conquistas dos trabalhadores. Promoveu forte concentração de renda: os ricos ficaram mais ricos, e os pobres mais pobres. Apoiado pelos Estados Unidos, o regime enquadrou o Brasil, o maior e mais populoso país da América Latina, nas diretrizes que vinham de Washington. A soberania nacional foi submetida a poderosos interesses externos.
A população, em meio a enormes dificuldades, soube encontrar brechas e abrir caminhos para resistir e reconquistar a democracia. Saiu desse período terrível mais forte, mais madura e mais experiente. A duras penas, aprendeu que a democracia pertence ao povo e não pode ser tutelada por ninguém.
Ditadura, nunca mais!
Abaixo, um vídeo do Memorial da Democracia que resume alguns dos principais momentos da ditadura brasileira:
Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual das lutas democráticas do povo brasileiro, mantido pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula.