O Brasil possui 621 casos de coronavírus registrados e sete mortes confirmadas – dados atualizados em 19 de março. Essa situação fez com que o país adotasse iniciativas de distanciamento social com a finalidade de não sobrecarregar o sistema de saúde público e privado, sobretudo as internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

As internações em UTIs ocorrem no tratamento dos casos mais graves dos infectados pelo Covid-19. A depender do avanço da quantidade de infectados, a demanda por leitos de UTI pode crescer significativamente. Desta maneira, torna-se relevante considerar a distribuição da oferta desse tipo de leito pelos municípios brasileiros, bem como o esforço de regionalização no atendimento da pandemia, uma vez que um número considerável de cidades não possui tal serviço.

Os dados sobre quantidade de leitos de UTI são disponibilizados pelo DataSus do Ministério da Saúde, sendo fevereiro/2020 o último mês divulgado. O Brasil possui 30.774 leitos de UTI adulta, sendo 48% disponíveis para o SUS e o restante para o sistema privado. Destes, 52,4% dos leitos pertence à região Sudeste do país. Estima-se que esses leitos já funcionam com cerca de 80% de ocupação, se considerarmos o limite estabelecido pelo governo federal aos demais entes federados.

As informações revelam que menos de 10% dos municípios do país (536 cidades) possuem leitos de UTI adulta, públicos e privados. O Sudeste foi a região com maior percentual de municípios com leitos de UTI adulta, com 15,3% (256 cidades) nessa situação. A região Sul tem 9,8% dos municípios (117 cidades) e o Centro-oeste possui 8,4% (39 cidades) com leitos de UTI. Por sua vez, as regiões Norte e Nordeste possuem menos de 6% dos seus municípios com leitos de UTI adulta. A situação de baixa presença de leitos no território brasileiro reforça o esforço da regionalização do atendimento em cidades com maior capacidade de absorção da demanda.

Coronavírus: capacidade municipal de atendimento de casos graves