Em 2 de março ocorreu nos Estados Unidos a chamada “Super Terça”, na qual catorze estados, um território do país na Oceania, a Samoa Americana, e americanos residentes no estrangeiro votaram para decidir quem será o candidato do Partido Democrata a enfrentar o republicano Donald Trump nas eleições em novembro. Os resultados acirram a disputa entre dois candidatos, o senador Bernie Sanders e o ex-vice-presidente Joe Biden.

Para se decidir quem será o candidato dos Democratas ocorrem as primárias dentro do partido, nas quais é decidido a quantidade de delegados de cada pré-candidato à presidência. Cada estado representa um número de delegados, conforme sua população. São ao todo 3980 delegados em disputa, sendo que para se tornar o candidato oficial tem que conseguir a maioria, ou seja, ao menos 1991. Caso ninguém consiga, entram em cena os chamados “superdelegados”, pessoas influentes dentro do partido, que neste ano somam 770 pessoas. Tudo isso será decidido na Convenção Nacional do partido que ocorrerá em julho.

Na “Super Terça” foram disputados 1357 delegados, praticamente um terço do total em disputa. Estados populosos, com grande número de delegados, como Califórnia e Texas, estavam participando. Antes, somente quatro estados tinham feito suas primárias, Iowa, Nevada, New Hampshire e Carolina do Sul e eles juntos somaram 155 delegados, dos quais Sanders havia conquistado 58 e Biden 50.

Dias antes da “Super Terça”, pré-candidatos considerados moderados anunciaram sua desistência e apoiaram Biden. Isso favoreceu a candidatura do ex-vice-presidente que, até o momento, venceu em nove e liderava em um. Sanders venceu em três e liderava em um, entre eles a Califórnia com 415 delegados. Segundo projeções, Biden ficará na frente com cerca de sessenta delegados a mais do que Sanders, uma margem considerada estreita.

Outros nomes que estavam disputando a candidatura na “Super Terça”, Elizabeth Warren e o bilionário Michael Bloomberg, tiveram desempenho pífio e o último, que havia entrado na disputa somente agora, decidiu desistir e apoiar Biden. Há pressão para Warren, que compartilha de um eleitorado muito próximo de Sanders, continuar na disputa e, assim, dividir os votos do senador. De outro lado, há pressão pela sua desistência e apoio à Sanders. O establishment Democrata e os lobistas do partido são a favor de Biden que seria um candidato mais ao centro e moderado.

Importante lembrar que Sanders representa uma ala mais à esquerda do partido, considerado até mesmo um outsider, defendendo políticas como uma saúde pública e gratuita para todos. Além disso, pesquisas mostram que ele seria o candidato mais forte contra Trump nas eleições em novembro, possuindo uma forte base entre eleitores jovens, latinos e na comunidade LGBT.

Os estados restantes farão ao longo dos próximos meses suas prévias e em Nova Iorque, o maior colégio eleitoral, será em 28 de abril.

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