A declaração do ano de 2019 como o “ano internacional das línguas indígenas” pela Assembleia Geral das Nações Unidas inspirou um grupo de trabalho do Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais (Clacso) a realizar o projeto “Celebrando las lenguas originarias de América”, de compilação de palavras em línguas indígenas em toda a América Latina que não têm tradução em um só termo em espanhol ou português, destacando seus usos, sua riqueza, sua diversidade, apesar das pressões sofridas por parte das línguas hegemônicas na região.

O trabalho da instituição está disponível aqui e o dicionário, que permite buscas por vocábulos ou nome dos povos originários, pode ser encontrado aqui.

Segundo Elsie Rockwell, do Instituto Politécnico Nacional, do México, e uma das coordenadoras do grupo de trabalho responsável pela iniciativa, é preciso considerar que a perda dos idiomas também significa uma perda de conhecimentos. “Cada idioma contém diferentes formas de pensar, formas de ser e de fazer, de respeitar, de viver, de olhar a vida. Estes conhecimentos representam um patrimônio universal coletivo que nos ajuda a todos a pensar maneiras criativas de resolver os problemas da atualidade”.

No trabalho aparecem duas etnias indígenas brasileiras: os Kaingang e os Mbya Guarani. O trabalho é especialmente importante em um contexto de reiterados ataques aos povos indígenas, suas terras e seus modos de vida. No caso do Brasil, inclusive, foi noticiado que o Brasil deve ser pressionado pela Organização Internacional do Trabalho sobre a situação dos indígenas no Brasil, que têm sofrido duros ataques por parte do governo Bolsonaro.

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