Luta pela anistia completa 42 anos
No dia 14 de fevereiro de 1978, há 42 anos, era lançado no Rio de Janeiro o manifesto do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA), que logo ganharia seções em outros estados. Formada a partir de uma articulação de advogados de presos políticos, a nova entidade ampliou a luta iniciada em 1975 pelo Movimento Feminino pela Anistia (MFPA), organizado por mães, esposas e filhas de presos políticos. Representações do CBA seriam criadas também no exterior.
O Centro Sérgio Buarque de Holanda guarda em seu acervo cartazes e fotografias que contam a história deste momento histórico no Brasil. O fotógrafo Ennio Brauns Filho registrou uma das reuniões de familiares de desaparecidos políticos integrantes do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA). Na foto aparece Rosalina Santa Cruz, irmã do desaparecido Fernando Santa Cruz.
O CBA agregou entidades da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e tinha como palavra de ordem “anistia ampla, geral e irrestrita”. Isso significava a devolução dos direitos políticos aos cassados, a extinção dos processos pela Lei de Segurança Nacional, a libertação de todos os presos políticos e o retorno dos brasileiros banidos do país e exilados.
A luta pela anistia tornou-se uma das principais bandeiras democráticas ao longo de 1978. Foi popularizada pelo apoio de intelectuais e artistas, como o cartunista Henrique Souza Filho, o Henfil, irmão do ex-dirigente da Ação Popular (AP) Herbert de Souza, exilado no Canadá. Henfil publicava semanalmente na revista IstoÉ cartas para sua mãe, Maria de Souza, nas quais expunha o drama das famílias de presos e exilados.
Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual das lutas democráticas do povo brasileiro, que é mantido pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula.