Entre 1º de agosto de 2018 e 31 de julho de 2019, o desmatamento da Amazônia aumento em 29,5% em relação aos 12 meses anteriores. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a elevação do desmatamento da Amazônia no período foi equivalente a uma área de 9.762 km².

A análise da série histórica divulgada pelo Inpe mostrou que o desmatamento ocorrido nos últimos 12 meses alcançou o maior salto percentual dos últimos 22 anos. Esse contexto de aumento da degradação ambiental começou a mostrar sua cara no governo ilegítimo de Temer com a promulgação da Lei nº 13.465/2017, conhecida como Lei da Grilagem, que teve o objetivo de formalizar em grande escala as terras públicas invadidas por grileiros. Posteriormente, as propostas do então candidato Jair Bolsonaro durante o processo eleitoral já apontava a possibilidade da desestruturação da política ambiental priorizada pelos governos petistas.

Os retrocessos do governo Bolsonaro já incluem o abrir mão dos recursos provenientes da Alemanha e da Noruega para o Fundo Amazônia, enfraquecendo todo o sistema de proteção das florestas brasileiras, bem como cortes orçamentários de instituições relevantes para conservação da floresta, tais como o Inpe, Ibama, ICMBio e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais.

O estopim da crise do desmatamento foi em agosto de 2019, quando houve uma elevação dos focos de incêndios criminosos, iniciados no denominado “dia do fogo”. As queimadas realizadas por fazendeiros para atividades econômicas como cultivo agrícola ou pastagem foram encaradas com preocupação ao redor do mundo e despertaram uma crise na recente gestão do governo federal. Encurralado e sem conseguir dar respostas ao agravamento do desmatamento, Bolsonaro tornou-se piada mundial ao creditar erroneamente a culpa das queimadas às ONGs ambientais e também aos povos indígenas que fazem prática da queimada de roça – ao mesmo tempo em que não apresentou nenhuma evidência a respeito.

Ao redor do mundo, a desastrosa gestão ambiental brasileira segue causando boicotes comerciais de países importadores e influenciando negociações de acordos comerciais multilaterais. A questão coloca em debate quanto às novas coordenações dos órgãos ambientais federais estão preparadas para enfrentar o avanço do desmatamento brasileiro.

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