A sessão da Assembleia Legislativa da Bolívia, prevista para a tarde desta terça-feira, 12 de novembro, a partir das 16 horas (17h em Brasília), em que a primeira ocupante da linha de sucessão, a senadora Jeanine Añez, poderia ser confirmada como presidenta interina do país, foi suspensa por falta de quórum.

A emissora Telesur informou que, por não ter garantia de segurança pessoal, parlamentares do MAS (Movimento ao Socialismo) se ausentaram.

Mais cedo, porém,  moradores da região de El Alto dirigiram-se para La Paz, em marcha, com o objetivo de impedir a realização dessa sessão e da posse de Jeanine.

“A situação é crítica, não há governo, as ruas são controladas pelos vizinhos que se parecem com a Gestapo: verificam tudo e dão um sinal para que saibam que você é do bairro. Mas, se você é indígena ou apoia o Evo, eles não deixam você passar e ameaçam. Verificam seu telefone celular, as conversas e o que você publica nas redes”, diz uma integrante dos movimentos populares, que pede para não ser identificada por razões de segurança.

“Ontem, a polícia abriu fogo contra civis em El Alto, entre os quais uma menina, quando ela foi atingida pela polícia. Atualmente, tudo é controlado, o direito de protestar foi retirado. Quando a classe alta saiu para protestar, a polícia nunca agiu violentamente, mas agora que as pessoas humildes saíram para protestar contra o golpe, a polícia saiu com armas e o exército também saiu”, completa.

Por volta das 15h30, hora de Brasília, a Telesur informou que Evo Morales chegou ao México, país que lhe ofereceu asilo. Ainda nesta terça, o ex-presidente pediu em suas redes sociais que os bolivianos tenham calma e evitem guerra “entre irmãos”. Hoje, representantes de movimentos sociais e partidos políticos visitaram o consulado  da Bolívia em São Paulo, para se manifestarem contra o golpe e prestar solidariedade.

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