No último sábado, o Arcebispo Dom Orlando Brandes teceu duras críticas à atual situação político-social brasileira. Em seu sermão, Dom Orlando declarou que a “direita é violenta e injusta”, e que está tentando “fuzilar” o Papa e o Sínodo da Amazônia. Após criticar o tradicionalismo e os casos de crianças mortas por balas perdidas, ele indicou que, atualmente, estão sendo facilitados os caminhos para a corrupção, que, em consequência, aumenta a desigualdade social.

Seu sermão ocorreu na missa solene do maior templo católico do país, a Basílica de Aparecida (SP), e no dia mais celebrado da cidade, 12 de outubro, o dia da Padroeira do Brasil, quando mais de 170 mil romeiros compareceram à cidade.

No mesmo dia e cidade, Bolsonaro foi a uma missa, onde foi mais vaiado do que aplaudido nos dois momentos em que seu nome foi anunciado, o que surpreendeu ao presidente e sua comitiva. O grande incômodo do seu governo com o Sínodo da Amazônia é público e notório, com declarações de que o mesmo atentaria contra a soberania nacional por criticar o desmatamento e as violências contra a floresta amazônica e seus povos.

Os governadores da região amazônica, por sua vez, solicitaram ao Vaticano um evento com a presença papal para discutir a atual situação da região, o que foi atendido. O encontro, denominado a 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan Amazônia com o Papa Francisco, sob o tema “Caminhos e Compromissos para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”, foi marcado pelo Vaticano para o dia 28 de outubro, logo após o término do Sínodo.

O evento deve ser usado pelos gestores locais para divulgar ainda mais as desastrosas práticas ambientais do governo Bolsonaro na região e, com a exposição, tentar captar recursos externos de outros países e empresas que supram os então perdidos pela suspensão do Fundo Amazônia. Pela Igreja Católica há o interesse de proteção da floresta e seus povos, bem como pelo aumento de sua presença na região.

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