Eleições em Israel novamente terminam em incerteza
O governo do atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, do conservador Likud, pode estar chegando ao fim. Após o fracasso em formar um governo com o resultado das eleições parlamentares em abril, nas quais Netanyahu obteve 35 cadeiras, mesmo número do partido Azul e Branco de Benny Gantz, a população foi convocada a ir para as urnas no dia 17 de setembro e novamente ocorreu um empate, já que partido de Gantz conseguiu 33 cadeiras, uma a mais que Netanyahu.
Agora cabe ao presidente do país, Reuven Rivlin, convocar os mais votados para tentar formar um governo de coalizão. Há a possibilidade do Likud governar conjuntamente com o Azul e Branco, pois é preciso ao menos 61 cadeiras do total de 120 no Parlamento para formar maioria. Entretanto Gantz anunciou que, para isso se concretizar, Netanyahu teria que sair da liderança de seu partido. Outra opção é um dos dois conseguir formar aliança com partidos menores, como os ultraortodoxos e os árabes, que poderão cobrar caro para embarcar no governo.
Caso Netanyahu ainda assim consiga permanecer e formar novo governo, esse seria seu quinto mandato. É praticamente uma questão de sobrevivência para ele, pois está correndo na justiça do país acusações de corrupção envolvendo o atual primeiro-ministro e sua família. Segundo elas, Netanyahu teria concedido benefícios a empresas de comunicação, bem como aceitado presentes em troca de favores.
Já em um cenário sem Netanyahu, Donald Trump perde um grande aliado no Oriente Médio. Foi durante o mandato do primeiro, por exemplo, que o governo israelense anunciou ter supostos documentos provando que o Irã estava descumprindo o Acordo Nuclear ao enriquecer urânio e essa foi uma das principais desculpas para os Estados Unidos saírem do Acordo.
Netanyahu também é um importante aliado de Jair Bolsonaro, sendo que ele foi o primeiro governante de Israel a visitar o Brasil na ocasião da posse de Bolsonaro como presidente. Esse último retribuiu a visita no começo de abril e, ao invés de cumprir a promessa de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, anunciou a abertura de um escritório comercial na cidade.