A fundação da CUT, em agosto de 1983, se deu em plena ditadura militar, num desafio ao regime e à legislação sindical autoritária, em um processo que durou anos. A primeira reunião sindical livre aconteceu dois anos antes, em agosto de 1981, na cidade de Praia Grande, no litoral Paulista. Era a Conclat, a 1ª Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras. Delegados de 1.091 sindicatos urbanos e do campo tiraram como principal decisão eleger a Comissão Nacional Pró-Central Única dos Trabalhadores (Pró-CUT), organização sindical nacional e independente.

A luta pela redemocratização do país, por melhores salários e contra a repressão aos trabalhadores eram os pontos de unidade na Conclat. Havia, no entanto, uma profunda divisão a respeito da criação da CUT, defendida pelo PT e pelas oposições sindicais. Os três dias de reunião da Conclat foram marcados por essa disputa e pela difícil negociação de uma chapa única para a Comissão Pró-CUT. A comissão eleita ao final do encontro tinha 56 membros, sendo 24 representantes de entidades rurais. Esse colegiado recebeu o prazo de um ano para organizar a nova entidade, e, nos dias 11 e 12 de setembro de 1982 ,organizou em Campinas (SP) a reunião Pró- CUT. Um ano mais tarde, seria enfim fundada a Central Única dos Trabalhadores.

Há exatos 37 anos, a fotógrafa Vera Jursys estava em Campinas e registrou a reunião Pró-Cut. Graças ao trabalho do Centro Sérgio Buarque de Holanda de Documentação e História Política, essas imagens estão higienizadas, digitalizadas e disponíveis para consulta no site do Centro.

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